Descubra como os grupos terapêuticos podem contribuir para a melhora de sua saúde mental

Uma das coisas que mais confortam as pessoas, ao vivenciarem um determinado problema, é saber que elas não estão sozinhas, independente da gravidade da situação. Ter uma base de apoio, espelhar-se no outro e compartilhar experiências, nesse contexto, faz toda a diferença na vida de qualquer indivíduo. Ciente dessa realidade, a clínica Vila Verde tem feito um trabalho diferenciado na área da saúde mental em Campos e região, prestando uma assistência integral às pessoas com transtornos mentais ou com problemas decorrentes do uso abusivo de substâncias químicas. Para tanto, além de dispor de uma equipe multidisciplinar, composta por psiquiatras, psicólogos, terapeuta ocupacional, educador físico e orientador em dependência química, tendo uma estrutura completa para o paciente, indo muito além do atendimento em consultório, a Vila Verde se destaca também pelos grupos terapêuticos, que cumprem a função de ampliar o olhar sobre os transtornos vividos pelos pacientes e uni-los para atingir um só objetivo: facilitar o tratamento de cada um deles, enquanto todos amparam-se uns aos outros. É o que contam as médicas psiquiatras Dra. Lana Maria Pereira e Dra. Gabriela Dal Molin. “O processo de tratamento na saúde mental ocorre de diversas maneiras, seja no atendimento ambulatorial, seja no contexto psicoterápico, com auxílio do psiquiatra, em práticas de atendimento individualizado, entre outras. Já o grupo terapêutico, em si, tenta dar voz a essa ideia de construção social, onde o indivíduo consegue dialogar com o seu igual, partilhando experiências com pessoas que estão vivenciando aquela mesma situação, mas onde um vai ajudando o outro. O objetivo é institucionalizar essa ideia do contato com as diferenças, mas todos com objetivos iguais”. Dra. Lana detalha como se dá esse trabalho. “O objetivo do grupo terapêutico é a reabilitação psicossocial. Ele pode contemplar um grupo de tabagismo, um grupo de alcoolismo, entre outros, onde as pessoas ali envolvidas estão centradas no mesmo objetivo, fazendo com que essa noção de grupo contribua para a melhora do paciente. A partir do momento em que os diálogos são potencializados entre eles, gera-se uma melhor adaptação no modo de vida, tanto individual, quanto social. Isso porque o paciente interage e consegue aprender com o outro, tendo contato com as diversas formas de pensar e de sentir, criando vínculos entre os iguais. Isso contribui para que o que está sendo discutido possa ser melhor vislumbrado em termos de cura ou de tratamento a cada um deles”. Os grupos destacados pela psiquiatra estão voltados para o tabagismo, alcoolismo, suicídio, ansiedade, depressão e TDAH, sem, no entanto, abrir mão da perspectiva individual do paciente. “A atuação em grupo é uma importante ferramenta para intervir em áreas complexas do indivíduo, trazendo resultados que, muitas vezes, não seriam atingidos de outra maneira. Afinal, o paciente consegue se sentir bastante à vontade para falar, porque todos ali têm as mesmas necessidades que ele, mas trazem, dentro de si, a sua perspectiva individual. Logo, são objetivos iguais, mas cada um traçando-o ao seu modo”, conta a psiquiatra, citando o exemplo de Freud. “O pai da psicanálise parte do princípio de que a formação de grupo pode fazer surgir efeitos de massa, onde os indivíduos se combinam com humanidade e são influenciados pela sugestão, provocando diversas mudanças de comportamento até que as particularidades tendam a desaparecer. Até porque, quando eu consigo ajudar o outro, eu também me ajudo. Um exemplo disso são os grupos de autoajuda, como os Alcoólicos Anônimos, que têm um modelo de trabalho de suprimir as diferenças, mas de fazer uma identificação em comum para atingir o mesmo ideal. Logo, se eu penso em um grupo de tabagismo, meu objetivo é fazer com que a pessoa deixe de fumar, mas sabendo que o grupo está ali para se ajudar em todas as situações, inclusive quando o paciente recai naquele processo”. Quando esse trabalho é realizado por meio de uma estrutura especializada, contando com diferentes profissionais, as chances de sucesso são ainda maiores. “Isso porque o grupo só funciona se ele for interdisciplinar. Não adianta ter um grupo só com médico e psicólogo. Ele tem que primar pela interdisciplinaridade. Por isso a união de profissionais distintos contribui individualmente para a melhora coletiva desse grupo”, afirma Dra. Lana. “A ideia é unir esses profissionais e planejar o tipo de grupo, traçar o seu objetivo, ver em que contexto esse grupo vai estar se inserindo e, assim, propor o devido trabalho, delimitando as estratégias que podem ser usadas, visando sempre o bem-estar de cada paciente, a fim de beneficiar a sua saúde mental”.
As médicas psiquiatras Dra. Lana Maria Pereira e Dra. Gabriela Dal Molin