
Especialista fala ao Mania de Saúde sobre o problema
A síndrome do ombro congelado, também conhecida como capsulite adesiva, é uma condição médica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada por uma combinação de dor intensa e perda progressiva de movimento no ombro, essa condição pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos afetados. Quem nos fala sobre o assunto é o médico Ortopedista e Traumatologista Dr. Luis Eduardo Abilio, especialista em Ombro e Cotovelo pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO-RJ).
Mania de Saúde – O que é a “síndrome do ombro congelado”?
Dr. Luis Eduardo Abilio – É uma doença autolimitada, também conhecida como capsulite adesiva, acomete mais mulheres entre 40 e 60 anos de idade em ombro não dominantes, que apresenta diabetes mellitus e hipotireoidismo, caracterizada por dor de forte intensidade com limitação de movimento.
Mania de Saúde – Quais os sintomas?
Dr. Luis Eduardo Abilio – Dor generalizada no ombro acometido de difícil controle com medicação, principalmente à noite, que vai progredindo com perda importante do movimento, limitando suas atividades laborativas. Apresenta-se em 3 fases, inicialmente com muita dor (dura 2 a 9 meses), uma segunda fase em que a dor é menos severa, mas há uma perda de movimento importante (dura 4 a 12 meses), e a terceira fase, em que não existe mais a dor e os movimentos vão voltando ao normal.
Mania de Saúde – O que causa o problema?
Dr. Luis Eduardo Abilio – A causa é desconhecida, mas sabemos que acometem mais pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 (insulina dependente), hipotireoidismo ou Hipertireoidismo, pós-operatório de cirurgias do ombro, imobilização prolongada, radioterapia, doenças pulmonares. O diagnóstico é feito quando o paciente procura o especialista em Ombro, pois necessita de exame físico adequado junto com exame de imagem correto.
Mania de Saúde – Existe tratamento? Quais as possibilidades?
Dr. Luis Eduardo Abilio – Primeiro devemos destacar uma conduta expectante, ou seja, se não fizermos nada, a doença se resolve, por ser autolimitada; porém sabemos que pode durar mais de 2 anos com muita dor e perda dos movimentos. Portanto, tentamos o tratamento conservador com medicação e fisioterapia, que infelizmente na grande maioria das vezes não respondem como esperado. Existe um tratamento novo que trouxemos para a cidade, que são bloqueios nervosos do ombro guiados pela Ultrassonografia, em que o paciente tem uma melhora substancial excelente de forma imediata. Porém, se todas essas formas de tratamento não derem certo, podemos lançar mão de uma cirurgia por artroscopia (vídeo) para uma resolução mais rápida da patologia.