Saiba como combater o maior vilão da sua saúde!

O médico e professor Dr. Cláudio Cola
A Síndrome Metabólica é definida, de forma geral, como um conjunto de condições que aumentam o risco de doença cardíaca, acidente vascular cerebral e diabetes. Só no Brasil, de acordo com médicos do Hospital Israelita A. Einstein, são mais de 2 milhões de casos por ano, uma prova inconteste do quanto esse tipo de problema já pode ser encarado como um dos maiores males do mundo moderno. É o que nos lembra o médico e professor Dr. Cláudio Cola. Depois de ter abordado, na edição passada, as novas visões sobre a Resistência à Insulina (RI) e a Síndrome Metabólica (SM), agora ele explica o que cada pessoa pode fazer ao se deparar com este problema. “Em primeiro lugar, a Síndrome Metabólica se caracteriza por ter uma íntima relação com o hormônio Cortisol, ou seja, com o Estresse, e aí se entende bem porque tanta gente sofre desse mal. Ocorre um chamado efeito cascata: a tensão e o estresse do dia a dia estimulam o seu cérebro com a liberação da Dopamina, e esta, entre outros fatores, vai estimular a Hipófise a fazer com que a nossa Supra Renal libere o Cortisol, alterando o ritmo normal diário de liberação deste. Em condições normais, esse hormônio, de forma simples, ‘nos prepara para a guerra’, ou seja, é liberado no início da manhã para que você saia de casa animado, ‘ligado’, com energia ou açúcar estocado na forma de gordura, para que tenha disposição de trabalhar produtivamente por algumas horas e, com a queda deste, voltar para casa no final do dia já mais relaxado, menos ativo e preparado para começar o repouso. Acontece que hoje o estresse é grande, as jornadas de trabalho são duplas ou triplas, e o decréscimo natural e vespertino deste hormônio ocorre muito antes da hora que você pode relaxar e, então, ele é novamente liberado e volta a surgir e você chega em casa tarde, mas ainda ligado, com muita fome, sem sono nenhum e muito irritado, e com o tempo percebe o aumento da sua circunferência abdominal pelo acúmulo de gordura entre as vísceras promovidas pelo cortisol”, ressaltou. Nesse contexto, segundo Dr. Cláudio, o estresse é o nosso principal vilão e inimigo a ser abatido. “Por mais que seja estafante e com certeza é a sua rotina diária, inclua momentos de lazer, atividades físicas e relaxamento e com isso reduza a liberação do cortisol. Nesta esteira de muita coisa a se fazer e pouco tempo, quem mais sofre é a sua dieta e você passa a usar alimentos de fácil acesso, caracterizados por serem ricos em gorduras saturadas e carboidratos simples, favorecendo novamente o aumento da gordura e contribuindo para o que o excesso de cortisol já fez. Ou seja, o que pode te ajudar a sair da RI e, consequentemente, da SM, não é nada impossível”. O médico prossegue explicando como se portar no dia a dia. “Quem sabe ir e voltar do trabalho de bicicleta, ou descer um ou dois pontos antes para terminar o trajeto a pé, ou levar de casa uma alimentação saudável, interromper a jornada por 15 minutos a cada 3 horas e substituir a disposição que dá um cafezinho (pelo aumento do cortisol) por aquela que dá fazer exercícios como subir e descer dois ou três andares, voltando a sua mesa e tomando um copo de água para relaxar? Chegando em casa, desligue-se: o que não deu para aquele dia, pertence ao próximo. Relaxe, faça uma alimentação leve, tome um cálice de vinho tinto seco para aumentar o seu Resveratrol e proteger suas artérias, leia um bom livro, desfrute de boas companhias e viva mais e melhor”.