Setembro também é o mês de incentivo à doação de órgãos no Brasil
O mês de setembro marca uma importante campanha de conscientização no Brasil: o Setembro Verde. Durante esse período, diversas ações são realizadas para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos, um ato que pode salvar inúmeras vidas. A campanha, promovida pelo Ministério da Saúde e diversas organizações de saúde, busca ampliar o número de doações e, consequentemente, reduzir as filas de espera para transplantes, que ainda são longas no país.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), em 2023, cerca de 50 mil pessoas aguardavam na fila por um órgão no Brasil. Apesar dos esforços contínuos, o número de doações ainda é insuficiente para atender a demanda. Em 2022, foram realizados pouco mais de 7 mil transplantes de órgãos sólidos, como coração, fígado, pulmão e rim, o que representa apenas uma fração das necessidades do país. Um dos principais desafios enfrentados é a recusa familiar, que ainda é alta. Segundo a ABTO, cerca de 40% das famílias recusam a doação de órgãos de um parente falecido, geralmente por falta de informação ou devido a questões culturais e religiosas. Essa resistência acaba prejudicando milhares de pessoas que poderiam ter suas vidas transformadas por um transplante.
O Setembro Verde busca justamente combater essa falta de informação e os preconceitos que cercam o tema. Durante todo o mês, hospitais, universidades e ONGs promovem palestras, campanhas nas redes sociais e eventos públicos para esclarecer dúvidas e estimular a população a conversar sobre o assunto com suas famílias. A ideia é que mais pessoas se declarem doadoras e expressem esse desejo para seus entes queridos, garantindo que, em caso de morte, sua vontade seja respeitada.
Além disso, a campanha também destaca os avanços tecnológicos e científicos no campo dos transplantes. Nos últimos anos, o Brasil tem se consolidado como referência mundial em transplantes, principalmente no que diz respeito à realização de cirurgias complexas e à utilização de técnicas inovadoras. A rede pública de saúde brasileira, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), é responsável por 95% dos transplantes realizados no país, o que evidencia a importância do fortalecimento e da ampliação desse sistema.