Se há algo que as mulheres valorizam desde cedo é o autocuidado. Não é à toa que muitos estudos evidenciam a grande propensão das mulheres em procurar atendimento médico, realizar exames regulares e estar mais atentas à saúde do que os homens. Mas existe um elemento que não pode ser subestimado ao longo desse processo: a vacinação.
Isso porque as vacinas desempenham um papel crucial não apenas na infância, mas também na adolescência e na maturidade, a ponto de a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) ter promovido, em 2023, o Primeiro Fórum sobre vacinação da Mulher, destacando a relevância das vacinas para o público feminino em geral. Mas quais seriam os imunizantes necessários ao longo de todo esse percurso?
Quem nos traz a resposta é o médico pediatra e infectologista Dr. Charbell Miguel Haddad Kury, responsável-técnico pelo Vacina Plinio Bacelar. “Primeiramente, é importante que todos os adultos tenham recebido duas doses da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola. Se não houver documentação dessas duas doses, é necessário administrá-las, mas fora do período gestacional. A segunda vacina mais importante diz respeito ao tétano. Afinal, é necessário completar a série de vacinação na infância e receber reforços contra o tétano a cada 10 anos. Mas, para as gestantes, existe um cronograma específico de vacinação contra o tétano, que deve ser respeitado”, afirma Dr. Charbell.
Ele enfatiza também a vacinação contra o HPV, que está associado ao desenvolvimento do câncer de colo de útero, sendo um dos cânceres mais comuns entre as mulheres. “A vacina quadrivalente contra o HPV é oferecida pelo SUS a partir dos 9 anos de idade, ficando disponível até os 19 anos como uma medida de resgate para quem ainda não a recebeu. Mas podemos fazer também a vacinação HPV nonavalente pela clínica particular, que garante uma proteção mais completa para a adolescente, porque ela protege para mais cinco tipos de vírus do que a vacina do SUS, que só oferece proteção contra quatro tipos”, informa o médico.
Outro fator importante, segundo Dr. Charbell, é a vacina meningocócica ACWY, contra a meningite, que é oferecida para as adolescentes entre 11 e 14 anos de idade pelo SUS. “Na clínica particular, a gente também pode fazer um reforço cinco anos depois da dose oferecida pelo SUS, a fim de aumentar a proteção para a chegada da vida adulta”, ressalta o especialista. “Também disponibilizamos na clínica particular a vacina Meningite B, que não está disponível pelo SUS e deve ser administrada até os 50 anos de idade. Já para a adolescente com histórico de asma ou problemas pulmonares crônicos, temos a vacina Pneumo 15 e a vacina Pneumo 13, que garantem ampla proteção contra diversas infecções. Já pelo SUS, está disponível a vacina Pneumo 23, mas apenas para situações específicas, como pacientes que tenham asma ou algum quadro crônico pulmonar”.
Como ficam as gestantes?
Se a mulher deseja engravidar, como alerta Dr. Charbell, é importante estar em dia com as vacinas contra tétano e hepatite B. “Além disso, ela pode tomar a primeira dose da vacina HPV nonavalente antes da gravidez e completar após o nascimento do bebê, já que essa vacina não pode ser ministrada durante a gestação. Outra vacina importante é a DTPA, que é antitetânica e inclui um componente para a coqueluche. Diante da atual epidemia vigente no país, é crucial vacinar as gestantes a partir da 20ª semana de gestação para prevenir a doença”, orientou.
Por fim, Dr. Charbell recomenda a vacina Abrysvo®, que protege contra o vírus sincicial respiratório A e B (recombinante), responsável pelas bronquiolites. “A gente sabe que as bronquiolites são grandes causadoras de pneumonias e podem levar a internações em CTIs, muitas vezes de forma grave. Mas a Abrysvo® protege crianças desde o nascimento até os seis meses de idade por imunização ativa em grávidas, estando disponível na clínica a partir de setembro para as gestantes que desejam também essa proteção”.