Dor na coluna se torna problema no trabalho

Dor na colunaEm 2024, a dor na coluna deixou de ser apenas um incômodo passageiro e acabou se tornando a principal causa de afastamento do trabalho. Seja pela má postura, pelo sedentarismo ou pelos efeitos prolongados do home office, muitas pessoas passaram a enfrentar esse problema, que afeta não só o corpo, mas também a rotina e o humor. Esse cenário reflete uma realidade cada vez mais presente no dia a dia, onde os hábitos modernos e a falta de atividade física transformam um simples desconforto em um fator decisivo para a saúde e a produtividade.

Além de impactar o bem-estar físico, essa situação traz sérias implicações para a qualidade de vida e a performance profissional. Empresas e trabalhadores têm buscado repensar seus hábitos, investindo em melhorias na ergonomia dos ambientes e adotando práticas regulares de exercícios para minimizar os riscos. A fim de abordar o assunto, ouvimos o médico neurologista e neurocirurgião Dr. Ramon Romano, que explica como a dor na coluna se consolidou como a principal causa de afastamentos, além de trazer dicas práticas e orientações para prevenir e tratar esse mal, garantindo um dia a dia mais leve e produtivo.

Ramon Romano“No ano de 2024, pudemos constatar que as doenças relacionadas a dores na coluna lideraram os benefícios por incapacidade temporária do INSS, seguido dos transtornos de disco intervertebral (hérnias de disco). Desde o ano de 2023, observamos essa mudança no perfil de pacientes com necessidade de afastamento temporário do trabalho. Mas a que podemos atribuir esse fato? Uma das causas desse problema é o crescente número de adultos sedentários. Segundo o IBGE, cerca de 47% da população adulta brasileira é considerada sedentária, ou seja, pratica menos de 150 min de atividade física moderada por semana. Esse hábito nocivo pode levar a uma maior rigidez muscular, articular, além da perda da mobilidade e enfraquecimento da musculatura, principalmente da coluna vertebral, causando, a longo prazo, dores, inclusive diante de pequenos esforços. Também segundo o IBGE, vemos um aumento progressivo do número de pessoas obesas na população brasileira, podendo chegar a 56% de pessoas com obesidade ou sobrepeso. A médio e longo prazo, contudo, o sobrepeso e a obesidade acarretam uma sobrecarga nas articulações, principalmente da coluna lombar, dos quadris e dos membros inferiores, consequentemente levando a dores lombares e radiculares. Outros fatores também podem ser atribuídos para esse aumento progressivo, como: stress, traumas, posturas inadequadas e até esforço físico de forma inadequada. Portanto, cabe ressaltar que o cuidado e a atenção a esses fatores de risco são fundamentais para uma melhor qualidade de vida no longo prazo”.