Quem tem filho pequeno sabe muito bem as mudanças que o verão traz para o cotidiano familiar. A chegada das férias escolares, os passeios em família e as viagens para a praia representam novos momentos de diversão para as crianças, fazendo com que os pais se preocupem com a segurança dos filhos e com a própria exposição ao sol. Mas é importante também estar atento ao que as crianças ingerem ao longo desse período, já que novas opções alimentares podem trazer reações alérgicas aos pequenos.
Para abordar o assunto, o Mania de Saúde procurou a Clínica Ferzeli e ouviu o médico alergista e imunologista Dr. Luiz Carlos Bandoli. Ele aponta os hábitos que podem elevar o risco de alergias durante o verão. “Nessa época do ano, marcada por festividades e viagens para a praia, é comum as pessoas experimentarem comidas diferentes, especialmente as crianças, que consomem muitas guloseimas. No entanto, quando uma criança recebe alimentos de familiares ou de outras pessoas que desconhecem seu histórico de alergia, pode haver uma reação, desencadeando uma crise alérgica. Sendo assim, é fundamental orientá-las a não aceitarem alimentos de terceiros e a consumirem novos itens apenas sob a supervisão dos pais”.
Segundo Dr. Luiz Carlos Bandoli, a pessoa sabidamente alérgica já tem conhecimento sobre como agir durante uma crise, tendo um plano de ação que inclui os medicamentos e as doses necessárias, o que ajuda a manter a calma. O grande desafio ocorre quando o paciente ainda não sabe que tem alergia. “Nesse caso, ao ser exposto ao alérgeno pela primeira vez, pode desencadear uma crise, o que gera um grande transtorno e ansiedade, tanto para o paciente quanto para seus familiares e pessoas ao redor”, afirma Dr. Luiz. “Um erro muito comum, nesse momento, é medicar a criança por conta própria, sem saber o remédio correto ou a dose adequada para o problema. Além disso, existe uma tendência de subestimar certos sintomas. Muitas vezes, o paciente tem um quadro de urticária ou de dor abdominal e não sabe que pode estar ocorrendo uma anafilaxia, por exemplo, que é tão grave quanto o edema de glote. O ideal, então, é sempre buscar atendimento médico e tentar identificar qual foi o gatilho, o fator desencadeante, para evitar uma nova exposição ao alérgeno”.

Dr. Luiz Carlos Bandoli ressalta, por fim, que não basta superar a crise. É preciso, também, investigar a causa da alergia. “Passado esse tormento, é necessário procurar a ajuda de um especialista. Só ele vai conseguir detalhar melhor a história do paciente, identificar possíveis gatilhos e, se necessário, solicitar exames e testes alérgicos para descobrir a causa do problema”, alerta Dr. Luiz. “Uma vez identificado o gatilho, o próximo passo é definir as medidas adequadas, como uma dieta de restrição ou até mesmo considerar a dessensibilização alimentar. Além disso, após o primeiro evento alérgico, o paciente deve sempre ter um plano de ação, que será elaborado junto com o especialista, a fim de prevenir novas crises e garantir uma melhor qualidade de vida a esse paciente”.