Médicos alertam para uso vocal inadequado durante as aulas
Os professores são verdadeiros mestres na arte de ensinar, mas o uso constante da voz pode trazer sérios riscos à saúde. Falar por longos períodos, muitas vezes em ambientes barulhentos, pode levar ao surgimento de problemas vocais, como rouquidão e até nódulos nas cordas vocais. Esses problemas são comuns entre profissionais que dependem da voz no dia a dia e, sem os cuidados adequados, podem evoluir para algo mais sério.
Para prevenir doenças vocais, é essencial que os professores adotem hábitos saudáveis, como manter a hidratação, evitar forçar a voz e, sempre que possível, usar microfone para poupar as cordas vocais. Consultar um otorrinolaringologista ao primeiro sinal de desconforto e realizar fonoterapia pode fazer toda a diferença para garantir a saúde vocal a longo prazo.
Para abordar o assunto, o Mania de Saúde foi até à Clínica Santa Maria e ouviu os médicos otorrinolaringologistas Dr. Vinicius Campos Coelho e Dra. Lygia Alves Mancini, que alertam para a ocorrência do nódulo de prega vocal. “É uma lesão benigna da laringe, popularmente conhecida como ‘calo de corda vocal’, acometendo principalmente os indivíduos do sexo feminino e que fazem uso profissional da voz, destacando-se entre eles os professores. O principal sintoma é a rouquidão e está associado ao mau uso da voz: falar por muito tempo, de forma muito alta e fazer o que chamamos de competição vocal, que nada mais é que elevar a voz no intuito de superar outros ruídos do ambiente, situação muito comum nas salas de aula”, afirmam os médicos.
Eles deixam, por fim, um alerta importante para esses profissionais. “Além de tentar sempre manter o tom de voz baixo e fazer uso de microfone se necessário, reduzir o tempo de uso da voz é essencial para evitar o problema. Na suspeita de qualquer lesão da laringe, o indicado é procurar o médico otorrinolaringologista e realizar uma videolaringoscopia. Caso já haja um diagnóstico deste tipo de lesão benigna da laringe, o tratamento com fonoterapia costuma ser eficaz, sendo indicada abordagem cirúrgica apenas nos casos de persistência da lesão após 6 meses de tratamento”.