Quando você acessa a galeria do seu celular, geralmente encontra uma série de fotos armazenadas ao longo dos últimos meses, não é mesmo? São tantas imagens presentes em nosso dia a dia que, muitas vezes, não conseguimos apreciar cada um desses momentos. Mas existem determinados registros que, por sua relevância, têm o poder de reavivar memórias e sentimentos, tornando-se verdadeiros marcos em nossa história pessoal.
Quem experimentou essa sensação recentemente foi a proprietária da Helpers Autismos, Dra. Cláudia Boechat, ao rever a capa do Mania de Saúde de Outubro de 2010, em sua edição do Noroeste Fluminense, onde ela aparece com os filhos Paulo e Daniel, abordando a maternidade e seu trabalho na então Faculdade Redentor. Além de refletir um momento de grande realização pessoal e profissional, o registro adquiriu um significado mais profundo para Dra. Cláudia, já que, meses depois, sua vida seria transformada pela experiência com o autismo.
“Essa capa aconteceu numa época em que a gente já havia notado alguns sinais de autismo em relação ao Dani, mas não tínhamos todo esse conhecimento sobre o TEA, que logo mudaria a minha perspectiva sobre a própria maternidade”, afirma Dra. Cláudia. “O autismo me transformou como pessoa e fez com que eu me tornasse uma mãe melhor. Embora estivesse aproveitando muito a maternidade naquele momento, passei a observar com mais cuidado o comportamento das crianças, especialmente por conta do diagnóstico do Dani, que aconteceu seis meses depois daquela foto. Por isso, ela carrega tantas memórias especiais, representando o começo de uma nova fase, cheia de aprendizados e desafios”.
Além de se dedicar à gestão educacional naquele período, incluindo o então Colégio Redentor, Dra. Cláudia Boechat também havia iniciado o projeto da Livraria Begni, que reforçou esse olhar para o universo infantil, por meio das rodas de leitura. “É um filme que passa na nossa cabeça, pois nos lembra de todos esses projetos profissionais, como a própria Livraria Begni, além de toda aquela fase gostosa da infância. E, depois do diagnóstico, percebi como nos tornamos mais fortes, pois não tínhamos outra opção a não ser lutar. O TEA foi o que transformou o curso da minha vida. Todo aquele trabalho desenvolvido na escola, na faculdade, no CACI e agora na Helpers veio a partir desse diagnóstico e dessa mudança de chave”, revelou.
Depois de toda essa trajetória, Dra. Cláudia Boechat se viu pronta para iniciar um dos maiores empreendimentos de sua carreira: a Helpers Autismos, que nasceu após a experiência de viver com a família nos Estados Unidos. “A trajetória nos EUA demonstrou que todo o trabalho feito no colégio e no CACI não deixava nada a desejar em relação ao que era feito no exterior. A novidade mais relevante foi o modelo de soletração criado pela Soma Mukhopadhyay, o RPM – Rapid Prompting Method. Tivemos o primeiro contato com esse modelo nos EUA e, posteriormente, ao voltarmos para o Brasil, buscamos reproduzi-lo aqui, após encontrarmos uma professora em São Paulo. Isso mudou a nossa visão sobre o autismo, a ponto de sermos pioneiros em aplicar o Soma®RPM aqui na clínica”, frisa Dra. Cláudia, mencionando também o benefício de ambos os filhos hoje dominarem o inglês, além do envolvimento com o voluntariado, que tanto marcou a experiência americana e hoje é seguido por ela em seu dia a dia.