Cascata Degenerativa: atualizações sobre o tema

Assunto abordado pelo Mania de Saúde avança no campo da ciência

Dr. Paulo Romano - Cascata Degenerativa: atualizações sobre o tema
O médico neurologista e neurocirurgião Dr. Paulo Romano

No universo da saúde, todo e qualquer assunto é dinâmico. Em 2021, por exemplo, conversamos com o médico neurologista e neurocirurgião Dr. Paulo Romano para nos esclarecer sobre o que é a chamada Cascata Degenerativa, quando ele nos explicou: “Se você inverter as palavras, entende melhor o que significa: Degeneração discal. Trata-se de um conjunto de situações, que tem um nome usado cientificamente em reuniões de especialistas de coluna, que se chama ‘Cascata Degenerativa’. Justamente porque são coisas que acontecem nesta área do corpo, que tendem a aumentar e que envolvem o disco, a parte óssea, com o surgimento de osteófito (bico de papagaio), as articulações, que também começam a se degenerar, assim como o ligamento e a musculatura”.

Mas o que mudou na ciência de lá para cá? Dr. Paulo explica. “O grande avanço do momento é a questão da microbiologia intestinal, da importância dela para todo o metabolismo do nosso corpo, a ponto de alguns autores cada vez mais falarem que nós temos dois cérebros: um na cabeça e outro no intestino. O que se estuda é que os nossos intestinos funcionariam como verdadeiros cérebros, já que está se descobrindo a metabolização, a produção e a absorção de substâncias que se julgava estarem só no cérebro. A indústria farmacêutica está apostando nisso, porque você vê que todos os laboratórios estão lançando no mercado probióticos de ações diferentes, com o custo, inclusive, bastante alto nesse momento. Se pensava no probiótico apenas para casos de diarreia, alterações do funcionamento intestinal. Sabe-se agora que praticamente todas as nossas patologias têm alguma relação com isso. Eu mesmo estava ouvindo hoje uma palestra mostrando que estão desenvolvendo estudos sobre a microbiologia dos tumores, dos cânceres. E, com isso, já se começa a entender por que alguns são mais sensíveis à quimio e radioterapia ou à própria regressão espontânea e outros não”, conta Dr. Paulo.

E o que isso tem a ver com a cascata degenerativa? O médico responde. “Tudo, porque essa nova aba da ciência está descobrindo cada dia mais como essa microbiologia intestinal é importante para a questão da cascata degenerativa. Principalmente porque, até pouco tempo, as possibilidades de atuação na cascata degenerativa cerebral eram bastante limitadas, até mesmo com relação à própria doença de Alzheimer. Então se pensava sempre em alimentos, em atividade física e medicamento, mas hoje a ênfase neste campo de pesquisa passou a estar em primeiro lugar”, diz o médico.

Embora os avanços da ciência ainda tenham etapas a cumprir, ele lembra que é possível criar mecanismos para que existam menos razões para sentir dor. “Recapitulando os passos: procure o médico, faça atividade física regular adequada para a coluna (lembrando dos inimigos: peso e impacto), reeduque a postura no seu dia a dia, tenha uma conduta protetiva usando cadeira, colchão e travesseiro adequados, use calçados com amortecimento – e cuide da sua saúde emocional e mental, porque ela é muito importante também para a coluna”.