As redes sociais reinventaram a forma como nos conectamos, porém também têm impacto direto no nosso bem-estar psicológico. Em meio a feeds perfeitos e comparações constantes, cresceram os relatos de ansiedade, depressão e solidão entre usuários de todas as idades. Especialistas alertam para a necessidade de estabelecer limites saudáveis e práticas de autocuidado no ambiente virtual.
É o que nos conta a médica psiquiatra da Clínica Casah, Dra. Gabriela Wagner. “O tema já vem sendo amplamente abordado e discutido entre os colegas psiquiatras, uma vez que diversos Transtornos Psiquiátricos e Psicológicos vêm apresentando crescimento exponencial, merecendo, portanto, uma atenção maior e mais incisiva. Dentre os principais impactos negativos relacionados ao uso excessivo das redes sociais, podemos citar a crescente busca por ‘aprovação’, que está intimamente relacionada à baixa autoestima e sentimentos como o de ‘inadequação’. Daí o aumento dos Transtornos Ansiosos e Depressivos, sendo manifestados através de sintomas como tendência ao ‘isolamento social’, dificuldades de concentração e alterações na qualidade do sono, causando prejuízos na qualidade de vida, principalmente entre adolescentes e jovens adultos”, disse.

Outro fator importante nesse contexto, segundo Dra. Gabriela, é o aumento dos Transtornos Dismórfico Corporais, em função de uma preocupação excessiva com a aparência, que pode levar ao uso abusivo e arriscado de procedimentos estéticos. “A atenção precisa ser redobrada quando estamos nos referindo aos adolescentes, pois fazem parte do grupo mais vulnerável. A minha recomendação é que os pais e responsáveis procurem ajuda profissional assim que forem observados sinais de alarme. Outras recomendações, como profissional da área de saúde mental, dizem respeito ao estreitamento dos limites de tempo para o uso das redes sociais, evitando especialmente o período que antecede o horário de dormir. O incentivo às práticas que não envolvam ‘telas’, como exercícios físicos diários, prática de esportes ou passeios ao ar livre em companhia de amigos e familiares, também são alternativas positivas e gratificantes, capazes de melhorar de forma significativa a qualidade de vida em todo o seu contexto”.