Candidíase: descubra suas causas

Dra. Jane Carla fala sobre a doença e como tratá-la

CandidíaseO mundo moderno predispõe as mulheres a uma grande vulnerabilidade relacionada à saúde íntima. O envolvimento com o mercado de trabalho, a alimentação pouco adequada e o estresse geram alterações no corpo, facilitando o surgimento de várias patologias. A candidíase vulvovaginal é um grande exemplo disso, impactando negativamente a qualidade de vida de muitas mulheres.

De acordo com a médica ginecologista Dra. Jane Carla, trata-se de uma infecção comum, causada pelo fungo oportunista chamado Candida albicans, que habita naturalmente a flora vaginal e, em determinadas situações, pode sofrer uma proliferação excessiva, causando um desequilíbrio nessa flora, surgindo assim os sintomas. “Existem ainda outras espécies menos frequentes, como C. glabrata, C. tropicalis, C. krusei e C. parapsilosis. Cada mulher possui secreção vaginal fisiológica própria, que pode sofrer interferência de fatores hormonais, orgânicos ou psíquicos”, afirma Dra. Jane Carla.

A microbiota vaginal, fisiológica, é composta por inúmeros Lactobacillus, que acarretam uma acidez adequada vaginal, conforme prossegue a médica. “Situações adversas que incluem gestação, uso de roupas muito apertadas, administração de anticoncepcionais de via oral que contenham altas concentrações de estrogênio, obesidade, idade, doenças tireoidianas, uso de corticoides, vida sexual ativa, estados de imunossupressão, disbiose intestinal e higiene inadequada estão intimamente ligadas às alterações da flora vaginal. É comum ter vários sintomas como coceira, dor no ato sexual, eliminação de corrimento vaginal em grumos, semelhante à nata de leite, podendo vir acompanhada de inchaço na vulva e vagina, além de ardência urinária e sensação de queimação. A candidíase de repetição pode ocorrer com frequência e está relacionada ao tipo de espécie da cândida, à baixa imunidade e até resistência aos antifúngicos”, explicou.

Candidíase
A médica ginecologista Dra. Jane Carla

Dra. Jane Carla ressalta, por fim, a importância do tratamento adequado para preservar a saúde íntima da mulher. “Foi evidenciado por estudos que o uso de probióticos para pessoas com candidíase vulvovaginal é seguro e eficaz, pois reduz os sintomas da candidíase e a recorrência da doença, quando associados ou não aos antifúngicos convencionais, pois eles são seguros e sem toxicidade comparados aos fármacos antifúngicos e aparecimento de resistência ao mesmo. Atualmente, a utilização de imunomoduladores para estimular as células de defesa e aumentar a imunidade nas pacientes com cândida de repetição está sendo bastante recomendada, com vários trabalhos mostrando seu grau de eficácia. O uso das tecnologias veio também para auxiliar os sintomas através da utilização da luz de LED, que diminui o processo inflamatório e reduz o desconforto da candidíase com excelente resposta. É necessário procurar um médico capacitado para atuar de forma preventiva, a fim de evitar recidivas e garantir um maior bem-estar para as pacientes”.