Especialista em Clínica Médica esclarece sobre o assunto
Que existe o diabetes tipo 1 e 2, muita gente sabe, mas o que seria este tipo 3 e a que se relaciona? Como todos os Diabetes, este tipo também tem relação com o metabolismo dos carboidratos, os conhecidos açúcares, e a grande diferença é o órgão em que ele se desenvolve.
Quem nos fala sobre o assunto é o médico Dr. Cláudio Cola, Especialista em Clínica Médica e Pós-Graduado em Medicina Ortomolecular. “Já há algum tempo, a ciência conhece como o cérebro humano, do ponto de vista metabólico, ‘gasta e processa’ energia para as suas exigências e, como todo esse combustível vem do açúcar que vira adenosina trifosfato para movimentar o ‘motor celular’, sempre houve grande preocupação de qual seria o impacto da Diabetes no cérebro, já que essa pode desproteger as sinapses e levar a dano cognitivo. Foi então que o chamado ‘estudo Rotterdam’, em 1996, investigou mais de 6 mil idosos por dois anos e comprovou a relação do diabetes mellitus com demência entre os 30 e 45 anos de idade. Em mulheres nessa faixa etária, por exemplo, o risco de demência aumenta em cerca de 150%. A partir então de 2005, surge essa terminologia ‘diabetes de tipo 3’, quando Suzanne de La Monte comprovou por necropsia que o tecido cerebral de pacientes com Alzheimer continha as mesmas alterações celulares que são encontradas no diabetes de tipo 1 e 2, principalmente sinais de resistência à insulina, consolidando assim a relação Diabetes/Doença de Alzheimer, havendo quem proponha até passar a chamar a doença exclusivamente de Diabetes Tipo 3”, diz Dr. Cláudio.
Ele prossegue detalhando o assunto. “De forma geral, até que ocupe e desorganize o cérebro causando a Doença de Alzheimer, os sintomas gerais do tipo 3 são os mesmos já conhecidos e relacionados aos Diabetes 1 e 2. Aí surge a grande questão: agora se sabe que, se o diagnóstico não for feito e a doença não for tratada, há uma grande chance de se desenvolver perda cognitiva e demência, com um importante componente familiar neste risco. Os sintomas mais comuns da ocupação cerebral se relacionam às funções mentais e aí surgem dificuldades para realizar tarefas diárias ou cuidar de si, alterações de humor ou comportamento, confusão mental, desorientação no tempo e espaço ou dificuldade de raciocínio, não lembrar nomes, palavras específicas ou eventos recentes. Entre os fatores de risco mais comumente identificados estão idade, histórico familiar, problemas cardiovasculares, quadro preexistente de diabetes, colesterol e/ou triglicerídeos altos, sedentarismo e o hábito de fumar. Então, se o Diabetes já era perigoso e o controle glicêmico rigoroso fundamental, agora é ainda mais importante, haja visto que, com essa comprovada relação com a Doença de Alzheimer, o prognóstico e qualidade de vida ficam totalmente desfavoráveis, já que a lesão do neurônio é irreversível”, alertou.