Medicina que corre no sangue

Medicina que corre no sangueQuando Alice Cesário Carneiro apareceu na capa do Mania de Saúde, em outubro de 2005, em celebração ao Dia da Criança, certamente seus pais não imaginavam que no futuro ela ingressaria na medicina. Na época, o que os médicos Dra. Roberta Cesário e Dr. Vitor Carneiro ouviram foi uma grande negativa da pequena Alice, embora ela sempre tenha demonstrado um profundo interesse em socorrer qualquer pessoa que estivesse passando por uma emergência ao seu redor.

“Quando era criança, Alice não manifestava um interesse específico por alguma profissão, ao contrário da irmã, que sempre tocava nesse assunto. Mas a gente começou a observar uma série de comportamentos que indicavam um caminho bem definido na vida dela”, lembra Dra. Roberta Cesário. “Afinal, desde pequena, ela tinha o desejo de ajudar os outros, ficava curiosa quando passávamos por algum acidente de trânsito, querendo saber se alguém estava passando mal, sempre demonstrando curiosidade pelo que estava acontecendo. Já aos 10 anos, minha avó machucou o braço e Alice decidiu ser a responsável pelos curativos, cumprindo a tarefa com muita dedicação. Por isso, quando se aproximou a época do vestibular, com ela rejeitando a ideia de fazer medicina, eu e Vitor apenas nos olhávamos, sabendo exatamente o que o outro estava pensando”, revelou.

Medicina que corre no sangue
Dr. Vitor, Alice, Lívia e Dra. Roberta Cesário em recente viagem em família

Pouco tempo depois, no entanto, a contradição foi desfeita, quando a irmã mais nova confidenciou que Alice queria, sim, fazer medicina – só achava difícil ser aprovada. “Ela se sentia incapaz devido ao grau de dificuldade de passar para medicina. Mas nós a incentivamos e a matriculamos em cursinhos específicos. Até que veio a pandemia”, recorda Dra. Roberta Cesário. “Todo aquele período de aulas online acabou prejudicando um pouco sua autoconfiança, pois ela se sentia insegura quanto ao ensino remoto. Além disso, por ser muito apegada à família, ela focou apenas na Faculdade de Medicina de Campos, que era sua grande vontade. Mas nossos parentes em Vitória-ES a convenceram a participar do vestibular da Multivix e ela foi aprovada. Quando veio o exame para a FMC, portanto, ela já estava com a matrícula feita em Vitória, o que gerou mais segurança. Tanto que ela fez a prova em 5 de dezembro e o resultado saiu perto do Natal, no dia 21. Foi uma realização enorme”, contou.
Tudo isso explica por que a história de Alice ganhou um ar especial para toda a família nesse Dia do Médico, simbolizando o orgulho de uma conquista pessoal. “A sensação para nós tem sido incrível. Hoje ela é aluna de professores que também nos deram aula e nos abordam no hospital para elogiar seu comprometimento e dedicação nos estudos. Se Deus quiser, a formatura dela será em 2027, mesmo ano em que o pai completará 30 anos de formado. É muito gratificante vê-la estudando nos mesmos ambientes que nós conhecemos e vivemos juntos. Estamos extremamente felizes e realizados com isso”, declarou a mãe, orgulhosa.

Atualmente no 6º período da FMC e com metade do curso concluído, Alice ainda não decidiu sua especialidade, mas não esconde a satisfação com a escolha que fez. “O curso está correspondendo às minhas expectativas e estou muito satisfeita. Ainda não decidi qual especialidade seguir. Amo tanto a prática clínica quanto a cirurgia. O que mais me motiva hoje são os médicos em geral, além dos meus pais e alguns dos meus professores. Eles são uma grande inspiração para mim e sou muito grata por isso. Meu grupo de amigas da faculdade também foi um dos melhores presentes que ganhei. Somos muito unidas e sempre nos motivamos e nos apoiamos mutuamente”.