Você certamente já reparou que o cigarro já não tem mais o mesmo protagonismo de antes. Ao contrário de outras décadas, onde ele figurava em todos os setores da sociedade, hoje raramente nos deparamos com fumantes em novelas, filmes e séries, não assistimos propagandas de cigarro na TV e, da mesma forma, não vemos tabagistas em ambientes fechados, demonstrando como a sociedade evoluiu em relação ao fumo. Mas que ninguém se engane: o tabagismo continua vitimando milhares de pessoas anualmente em todo o mundo.
É por isso que, em 29 de agosto, celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data instituída pela Lei Federal 7.488, que visa informar e conscientizar os cidadãos brasileiros sobre os perigos do tabagismo, destacando a necessidade de abordá-lo como uma questão de saúde pública. Afinal, o câncer de pulmão ainda apresenta uma incidência muito alta no mundo e continua sendo um dos cânceres mais letais no Brasil, a ponto de o Instituto Nacional de Câncer (Inca) prospectar 18 mil novos casos em homens e 14 mil casos em mulheres ainda este ano.
Quem nos faz o alerta é o médico oncologista Dr. Pedro Ferraro. “O hábito de fumar é o principal fator de risco para esta doença, mas não é o único. Cerca de 80% das mortes por câncer de pulmão ainda são causadas pelo tabagismo. O risco aumenta conforme a quantidade e a duração do consumo de tabaco”, afirma o especialista. “Além do tabagismo, podemos citar a poluição, doença pulmonar obstrutiva crônica, infecções respiratórias de repetição e história familiar, bem como exposição a alguns agentes químicos e físicos, que também contribuem para o desenvolvimento do câncer”, acrescentou.
Formado pela Faculdade de Medicina de Campos (FMC), com Residência em Clínica Médica pela UERJ e Oncologia Clínica pelo A.C. Camargo, além de integrar a equipe da Clínica Santa Maria, que é referência no atendimento oncológico em nossa região, Dr. Pedro Ferraro alerta para a importância de combater o tabagismo, já que esta é a principal forma de evitar o câncer de pulmão. “Além disso, para aumentarmos a chance de cura desta doença, é essencial fazer o diagnóstico precoce. Até porque existe o rastreio para este tumor. Assim como as mulheres devem realizar a mamografia, preventivo e colonoscopia, por exemplo, todos os fumantes acima de 55 anos e que fumam há mais de 30 anos ou que deixaram de fumar nos últimos 15 anos devem realizar uma tomografia de tórax anualmente, com o objetivo de identificar nódulos pequenos e aumentar a chance de cura”, orientou Dr. Pedro Ferraro.
Segundo ele, o tratamento para o câncer de pulmão está cada vez mais personalizado e, idealmente, requer a participação de uma equipe multidisciplinar. “Este tratamento varia de acordo com o subtipo da doença, estadiamento e condição clínica do paciente. Podemos citar a cirurgia, sobretudo nas doenças localizadas, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia. O tratamento ideal é direcionado para cada paciente e cada doença”, finalizou.