
O nome dele pode ser nobre, aristocrático ou popular. As cores também podem ser diferentes a cada filhote. Mas a verdade é que o carinho dos donos é sempre o mesmo. Esta é uma das principais características dos cães da raça dachshund, teckel ou, popularmente, salsicha. Conhecidos historicamente no Brasil como Cofap, devido ao “garoto propaganda” de uma antiga empresa do setor de peças automotivas, os cãezinhos “salsichinha” já caíram há anos no gosto popular pelo seu aspecto afetuoso, sendo requisitados por pessoas de todas as idades.
É importante, porém, ficar atento, porque nem sempre a doçura do dachshund está presente em cada filhote. Além disso, trata-se de uma raça repleta de precauções por parte dos donos, como explica, ao Mania de Saúde, a médica veterinária Dra. Lina Goulart, da Procamp. “O teckel, que é o dachshund, também conhecido como Cofap, está sendo muito procurado pelas pessoas. Antigamente, a gente só conhecia aquele marronzinho e o pretinho, que se tornaram populares, mas ele também apresenta outras cores de pelagem, como a arlequim, que é muito bonita, além do teckel de pelo longo, uma variante que a maioria das pessoas quase não conhece. O mais importante, na hora de escolher um filhotinho, é sempre conhecer os pais, porque a docilidade do teckel é quase uma regra geral, mas existem as exceções”, afirma Dra. Lina. “Ele é muito conhecido pela amabilidade, por ser muito manso, fácil de lidar, muito amável com criança, bom para idosos etc., mas existem as exceções, pois há alguns bravos. Além disso, é importante ter cuidado, porque, como é um cão que tem aquelas perninhas curtas e a coluna comprida, seria como um anão. São as raças anãs. Então, ele acaba tendo muito problema de coluna. Até mesmo na hora de você pegar o cachorrinho no chão, caso pegue de forma errada, com aquele movimento de chicoteio, em que ele joga a bundinha para lá e para cá, a coluna pode sair do lugar e dar algum problema. E, como hoje em dia os cãezinhos estão durando mais, bem cuidados, e o teckel é uma raça muito longeva, eles vão ter problemas articulares nas patinhas e na coluna. Às vezes acontece, por exemplo, de o cachorrinho quando novo ser manso, mas depois vai ficando bravo. Pode ser um indicativo de que ele está sentindo dor”.
Daí a importância, segundo Dra. Lina, de os donos se informarem antes de adquirir o filhote, para saber a maneira correta de lidar com a raça. “Já recebi vários desses cães aqui com problema de luxação, de articulação, ou problema de coluna, porque a pessoa pegava o cachorrinho de qualquer maneira. Se vier para mim o filhote, desde a primeira consulta eu já faço essa orientação, para ter cuidado no pegar, sempre amparar a coluna toda, porque esse tipo de problema, de fato, pode acontecer. Já vi caso de teckel muito agitado que a coluna deu aquela travada e precisou receber medicação”, disse.
A médica veterinária aponta, por fim, outras características do salsichinha. “A vacinação segue o padrão do calendário vacinal e já existe alimentação específica para a raça, que é a raça pequena, sendo que você pode fazer a suplementação preventiva, sempre sob a supervisão de um médico veterinário, prestando esse cuidado em todas as fases da vida do cachorrinho, a fim de verificar a saúde de uma forma geral, os cuidados com os dentes, com os olhos, entre outros aspectos. É preciso, também, ter atenção na hora do banho, para não deixar cair água no ouvido. Isso sem falar nos exercícios. Se morar em apartamento, por exemplo, ele pode descer para fazer xixi e cocô, fazendo esse passeio diariamente. Mas também existem maneiras de fazer o exercício com o cachorro em casa, usando bolinhas, brinquedinhos, entre outros objetos. Um exercício muito bom para o teckel, por exemplo, é a natação”, orienta Dra. Lina, revelando que o primeiro amor dos seus filhos foi um teckel, chamado de “Pelezinho”, que, a exemplo de seus irmãos de raça, sempre encontra um espaço cativo no coração de cada dono.