Não deixe seu filho vulnerável

filho vulnerávelQuem nasceu antes dos anos 2000 deve se lembrar de como a vacinação era um hábito comum à maioria das famílias, não é mesmo? Pois é. Se antes as vacinas faziam parte do nosso cotidiano, hoje elas costumam ser negligenciadas por boa parte do público, que acaba se esquecendo ou ignorando o valor da imunização. Esse cenário ajuda a entender por que o Ministério da Saúde tem intensificado diversas campanhas informativas em seus canais na internet, a fim de alertar os internautas quanto ao risco da baixa cobertura vacinal.

Isso porque o déficit nos índices de vacinação pode abrir margem para o surgimento de doenças antes erradicadas — fenômeno que, infelizmente, já voltou a ocorrer no país nas últimas décadas. Em 2016, por exemplo, o Brasil conquistou o certificado de eliminação do vírus do sarampo, mas, em 2018, a doença voltou. Outros casos significativos envolvem a poliomielite e a coqueluche, que voltaram a ameaçar as crianças devido à baixa adesão do público quanto ao emprego de vacinas.

filho vulnerável“A poliomielite e o sarampo são doenças imunopreveníveis que, devido a uma baixa cobertura vacinal nos últimos anos, estiveram com sérios riscos de reintrodução”, explica o enfermeiro Leonardo Cordeiro, que atua no Vacina Plinio Bacelar. “Já o Sarampo, principalmente no estado do Rio de Janeiro, registrou casos em alguns municípios neste ano. Precisamos então manter as altas coberturas vacinais para não corrermos esse risco”, afirma Leonardo. “As notícias falsas durante a pandemia atrapalharam muito a procura de todas as vacinas nos anos seguintes. Mas a população, aos poucos, vem voltando a ter confiança na imunização”, acrescentou.

A própria vacina contra a Covid-19, como destaca Leonardo, está entre as menos procuradas atualmente, o que ilustra a resistência de muitas pessoas em se imunizar. “A vacina mais negligenciada hoje é a da Covid-19. Ela faz parte do calendário vacinal de crianças menores de 5 anos, gestantes e idosos, mas a cobertura ainda é muito baixa. A população precisa se conscientizar de que o maior risco é contrair a doença e, possivelmente, desenvolvê-la de forma grave. Hoje as pessoas têm mais medo dos possíveis eventos adversos do que da doença em si. Isso precisa mudar. Até porque os eventos adversos normalmente são leves, como febre baixa, dor local ou mal-estar, que normalmente pode durar de 1 a 2 dias. O benefício da imunização, contudo, é bem maior do que o risco”, diz o enfermeiro.

O enfermeiro Leonardo Cordeiro
O enfermeiro Leonardo Cordeiro

Ele deixa, por fim, um recado importante aos leitores. “Com a chegada do inverno agora em junho, a vacina que começa a ganhar destaque é a que previne contra a influenza, sendo também recomendada, especialmente para os grupos de risco, a vacina contra a Covid-19, que continua essencial para a proteção nessa época do ano. Em clínicas privadas, uma boa dica são as vacinas contra pneumonia e VSR, que protegem contra bronquiolite, oferecendo uma proteção de excelência para a população”.