Campos dos Goytacazes registrou dois casos confirmados de febre Oropouche em 2025, um em fevereiro e outro em março. A informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde, que reforçou o alerta para sintomas semelhantes aos da dengue e a importância da vigilância da população. A febre Oropouche é causada por um vírus do gênero Orthobunyavirus e transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. Trata-se de um inseto muito pequeno, difícil de perceber a olho nu, mas comum em regiões úmidas e com matéria orgânica em decomposição.
Os sintomas da doença incluem febre alta, dores musculares e nas articulações, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos. Em alguns casos, também pode haver fotofobia e sensibilidade à luz. A febre Oropouche se assemelha a outras arboviroses, como a dengue e a Chikungunya, o que pode dificultar o diagnóstico inicial. Apesar de raros, alguns casos podem evoluir para manifestações neurológicas, como meningite e meningoencefalite. Não há tratamento específico ou vacina para a doença. O atendimento é feito de forma sintomática, com medicamentos para controle da febre e das dores, além de repouso e hidratação. Especialistas apontam que o avanço da doença para o Sudeste pode estar relacionado ao aumento das temperaturas, intensificação das chuvas e à expansão urbana sem controle, o que favorece o surgimento de criadouros do mosquito vetor. Outro fator que contribui é a movimentação de pessoas entre regiões endêmicas, como o Norte do país, e estados que antes não registravam casos.
A febre Oropouche, descoberta originalmente no Brasil em 1960, vinha sendo considerada uma doença mais restrita à região amazônica. No entanto, o ano de 2025 já registra milhares de casos no Sudeste, especialmente no Espírito Santo e no estado do Rio de Janeiro. Em Campos, a Secretaria de Saúde iniciou ações de orientação à população e reforço da vigilância epidemiológica. A recomendação é que a população elimine possíveis criadouros do mosquito em quintais, terrenos baldios e ambientes com matéria orgânica exposta. Uso de repelente e telas nas janelas também são medidas eficazes de prevenção. Autoridades locais pedem que, ao apresentar febre repentina e dores intensas no corpo, a população procure imediatamente uma unidade de saúde para diagnóstico e acompanhamento adequados. Quanto mais rápido for o atendimento, menores são os riscos de complicações.