Na última edição, chamei de “esquisito” o ano de 2024, me referindo a sua singularidade, um ano particularmente incomum. Minha intenção não é generalizar a percepção sobre isso, pelo contrário, propor que cada leitor faça a sua própria leitura, provocado pela minha.
Em inglês há várias palavras que podemos traduzir como “esquisito”, sendo odd e unique duas delas. Odd pode ser aplicado a um desvio do normal ou do esperado, ímpar; enquanto unique implica uma singularidade, sem paralelo conhecido. Não dá pra dizer que 2024 foi “unique”, pois todo ano parece ser igual em alguns aspectos. Dois deles, para ilustrar, são o tempo e nossa individualidade.
Sobre o tempo, sempre temos a impressão de que ele está “voando”, obviamente isso é incorreto, o tempo não depende de nossa percepção para seguir seu curso natural, e por que nos sentimos assim? Desordem! Em 2024 ficou claro que trocamos nossas prioridades. Queremos fórmulas mágicas para resolver questões, que só a nossa atitude ou a mudança dela pode solucionar. ODD!
Já nossa individualidade, não parece existir mais, todos agora precisam de um personagem, advindo das redes sociais, para guiar suas vidas, tudo que se faz hoje, seja uma prática saudável de exercício, seja de uma opinião sobre qualquer coisa, dizemos: “Vi na internet que …”, as pessoas não suportam mais viver em sua singularidade, é vital que sejam parte de um grupo. ODD!
Poderia falar de outros aspectos, mas vou me deter a esses dois. Qual é o verdadeiro problema? Em 2024 ficou mais evidente, pois as pessoas se expressaram com mais ênfase, sua insatisfação com tudo e todos, não há mais possibilidade de diálogo, as mentes estão reduzidas ao imediatismo.
Mas nem tudo está perdido, pois reconhecer o problema já é o começo da mudança, cada um detectando sua dificuldade, tem a capacidade de mudar. Em 2025, esperamos que as coisas melhorem, não com mágica, mas com trabalho e determinação. Não sejamos “ODD”, mas nos esforcemos para superar as limitações que nos impedem de sermos “UNIQUE”!