Mais um fim de ano se aproxima e já é possível ouvir por aí as pessoas avaliando em voz alta como foi o seu ano de 2024. É natural que façamos uma avalição dos resultados de nossas escolhas, com o intuito de apenas reclamar do que não fizemos, por culpa dos outros, é claro, ou ainda, e eu sou desse time, assumir nossa culpa por termos feito escolhas erradas, decisões imprudentes, enfim, nossas falhas e como podemos corrigi-las para o ano vindouro. Sendo assim, proponho ao leitor dessa coluna que me acompanhe na avaliação das ações da única pessoa para quem posso apontar o dedo, eu mesma.
Eu não sou um indivíduo solto no mundo, tenho pessoas sobre minha responsabilidade, e minhas escolhas impactam diretamente a vida delas, filhos e alunos, prestadores de serviço, entre outros. Para ilustrar, tomarei como um exemplo um senhor, já em seus 60 anos. Vamos chamá-lo de Sr. Roni, arrimo de família, se encontrou desempregado depois da pandemia, quando sua pequena mercearia fechou. Podia ter tentado um auxílio do governo, da igreja que frequenta, de parentes próximos ou mesmo tomar o trágico caminho de se abater, e o que ele fez? Pegou duas caixas plásticas, dessas de supermercado, colocou uma na garupa e uma no guidão da bicicleta e foi para frente de um supermercado de nossa cidade e ofereceu seu serviço, dez reais para levar compras menores até a casa do cliente.
Eu nem preciso dizer que esse homem ganhou meu respeito e desde então volto para casa a pé com ele carregando minhas bolsas e conversando, e depois de ouvir sua história, dramas pessoais, e tragédias familiares, percebi que ele não tinha nada de extraordinário, pois todos temos que passar por certas agruras, mas o que o torna um winner (vencedor em Inglês) é sua postura diante das adversidades. Sr. Roni me fez ter a sensação de que, todo fim de ano, se chegamos até dezembro com alguma dignidade, somos vencedores.
Vencer os medos, como meus novos alunos que começaram seu curso de Inglês, uma delas aceitou o desafio de um estágio nos EUA, outro, que à noite, vem para aula cansado, mas obstinado, todos têm seus méritos. Apesar de 2024 ter sido um ano esquisito (sobre isso falarei na próxima edição) em 31 de dezembro todos nós poderemos dizer, em alguma medida: “I’m a winner again”!