Recentemente fui confrontada por um novo desafio, ajudar um jovem a aplicar para uma universidade fora do país, este teste que o qualifica, SAT (Scholastic Aptitude Test), ou seja, teste de aptidão escolar, é um dos mais exigentes em termos de precisão no uso do idioma. Já deixando todo o mérito para este excelente aluno, meu trabalho foi relativamente fácil, pois seu conhecimento era vasto e eu só, digamos, aparei algumas arestas, e sobre essa sutileza em apenas colaborar com quem já é assertivo em suas escolhas, aqui em âmbito acadêmico, que quero falar no texto de hoje.
Transferindo essa ideia para situações detectáveis em vários lugares, comecemos na própria escola, é fácil notar como sutilezas podem mudar cenários inteiros, ilustro: Uma professora pergunta ao aluno, do 7º ano, o que ele quer fazer daqui 10 anos, e ao responder que quer ser médico, a mesma professora, que parecia estar interessada na resposta, rebate com um comentário, “mas você não tem cara de médico, não tem perfil”, nem vou comentar a inadequação da fala, foquemos no aluno. Imagine que ele contou seus “planos” certamente esperando a aprovação pela escolha nobre, ao ouvir estas palavras, frágil criatura de 13 anos que é e tendo a dita pedagoga em alta conta, ele teve dúvidas sobre sua escolha.
Agora imagine esse jovem adulto, por volta de seus 24 anos, interessado nos negócios do pai, apesar do cansaço causado pelo curso de administração de empresas, acaba sendo solicitado que o ajude, já antevendo que assumirá os negócios da família. Em resposta, ouve do pai: “Do jeito que anda a economia local, não sei quanto tempo ainda temos antes de fechar as portas”. Esse jovem ainda que esteja motivado pela sua capacidade de reverter o quadro, questionaria sua escolha, escolhendo uma outra profissão por motivos alheios aos anteriores e quiçá, em sua maturidade, mudaria de profissão por não ter seguido uma vocação.
Esses dois exemplos ilustram como uma sutileza, aqui me refiro a colocar a opinião do outro como parâmetro de suas escolhas, pode mudar radicalmente a vida do indivíduo. Voltando à minha experiência com esse aluno com quem colaborei, felizmente a sutileza foi benéfica, pois logo percebi que não fazia sentido sugerir que ele estudasse no Brasil, muito menos que colocasse as circunstâncias do país, na frente de seu sonho, assim com minhas sutis correções e adequações de termos, ele pode confirmar a certeza de que o cenário havia mudado, a insegurança se transformou em confiança.