Um dos maiores desafios no tratamento de uma criança autista é encontrar profissionais que realmente estejam a par dos avanços científicos relacionados ao transtorno. Isso porque o Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem recebido cada vez mais atenção de pesquisadores, médicos e terapeutas em todo o mundo, criando sempre novas abordagens para trazer melhores resultados às famílias.
Em Itaperuna e região, quem vem trazendo todos esses avanços é a Helpers Autismos, que é especializada no atendimento a crianças e adolescentes com TEA e TDAH. Oferecendo intervenção comportamental intensiva para crianças de até 04 anos, com base nos Modelos DIR/Floortime e ABA (Análise do Comportamento Aplicada), a Helpers inovou ao trazer dos EUA os principais avanços científicos nessa área e, agora, chega com mais uma novidade para beneficiar o público da região.
Quem nos fala sobre o assunto é a Psicopedagoga Jeanne Fonseca Leonardo, que integra o corpo clínico da Helpers Autismos, sendo especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Neuropsicopedagogia e Desenvolvimento Infantil, Aplicadora Terapêutica (ABA), docente no Ensino Superior e especialista em Gestão, Orientação e Supervisão Escolar. “Desde quando comecei a minha jornada na área da educação e como psicopedagoga, sempre ouvi de várias pessoas e profissionais que autismo é um problema social e cognitivo. Tem uma frase de Buckminster Fuller que diz o seguinte: ‘não há nada em uma lagarta que nos diga que ela se tornará uma borboleta’. Isto resume tudo o que aprendi, vi e vivenciei quando fui a São Paulo, no início de maio deste ano, onde tive a oportunidade de participar do Primeiro Grupo de Estudos do Livro Vermelho do Rapid Prompting Method (RPM), criado por Soma Mukhopadhyay para trabalhar com seu próprio filho, Tito, que é autista não-verbal e nível III de suporte. ‘Um método que se concentra em identificar os canais de aprendizagem (auditivos, visuais, táteis e cinestésicos) de nossos alunos e ensinar uma educação rica e crescente, soletrando, escrevendo, habilidades verbais para mostrar sua compreensão, para que eles possam se adaptar ao mundo de informações que os cercam’”, citou Jeanne.
Ela prossegue detalhando a experiência. “Foi um momento de desconstrução e de muita emoção, o que mostrou o quanto ignorante eu fui em subestimar a capacidade destas crianças por não conseguirem se comunicar através da escrita ou por achar que não estão prestando atenção no que estamos falando, por não estarem sentados/quietos. Até porque, como lembra Soma Mukhopadhyay, ‘indivíduos autistas crescem com grandes lacunas de informações, não porque eles são incapazes de aprender, mas por não terem sido expostos à informação’. Devemos acreditar, sim, que eles têm capacidade de aprender, sentir, pensar, raciocinar… Não podemos definir uma pessoa pelo seu diagnóstico. No RPM presumimos Competência e Inteligência. Os terapeutas/professores RPM são treinados para se adaptarem aos canais auditivos, visuais, táteis e cinestésicos de um aluno, sabendo que, mesmo dentro de uma sessão, os canais abertos podem mudar rapidamente. Com o tempo, os terapeutas/professores também trabalham no desenvolvimento dos canais que são mais difíceis de usar para o aluno”, disse a profissional. “Como destacou Soma Mukhopadhyay, ‘meu sonho é que os indivíduos autistas sejam julgados pelo conteúdo de seu caráter, não por seu rótulo de diagnóstico, nem pelos comportamentos incomuns que muitas vezes fazem com que sejam segregados da sociedade típica. Nosso desafio é dar a eles a exposição à educação e a capacidade de se comunicar para que seu caráter possa ser revelado e considerado digno”’.
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