A Professora Karla Barcelos tem 27 anos de experiência
na área, tendo trabalhado em diversos cursos e
desenvolvido o KeyWay Cursos.
Nunca mais vi aquele conhecido cartaz de uma enfermeira com o cabelo preso e com o dedo indicador na boca, geralmente colocados em hospitais e locais onde pessoas convalesciam ou se recuperavam. Vivemos em uma era muito barulhenta, eu desconfio que aquele cartaz não tem mais efeito, pois as pessoas não sabem mais o que é o silêncio. Recentemente vi um músico que definiu o silêncio assim: “é onde todas as informações que você recebeu, vão se articular”, ele ainda citou o sono com a mesma função. Eu achei uma definição muito apropriada, pois eu atesto isso em vários momentos da minha vida cotidiana.
Recentemente comecei um novo hobby e as duas perguntas mais comuns que recebo são: “Você vai vender?” e “Que horas você faz isso?”. Venho falando muito nesta coluna sobre priorização de necessidades, e não poderia agir diferente. Minha resposta tem sido: “não faço para vender” e “eu abri um tempinho na minha agenda”, respectivamente, e completo falando do benefício, “eu consigo pensar”, eu só não tinha percebido que minhas respostas vêm do silêncio.
O silêncio é poderoso, mas não aquela tentativa de ouvir algo externo, que o barulho da cidade não permite, como os sons da natureza, não, me refiro ao silêncio interior, o que a voz do seu silêncio te fala, que pensamentos, nada silenciosos, passam pela sua mente, e principalmente, o que você está disposto a ouvir. Você pode se surpreender, pois o silêncio interior não fala, ele grita, ele te revela suas próprias fraquezas, te cobra ações e resultados, às vezes é assustador, contudo, a consequência dessa outiva faz maravilhas.
Já ouvi de alunos que descobriram no silêncio uma insatisfação com o trabalho, ou que o estudo do Inglês era urgente, ou que sua vida estava desorganizada, etc., tudo vindo de um momento atípico, “quando fiquei sozinho em casa, e estava silencioso”, “quando parei para pensar na vida, em silêncio”, “quando estava esperando o sono chegar, silenciosamente”, entre outras situações.
Minha proposta hoje é uma reflexão sobre a seguinte questão: qual foi a última vez que ouviu seu silêncio e que respostas ele te trouxe? Já é hora de sentar e tentar ouvir o que está lá no seu, único, particular e intransferível SILENCE!