Saiba tudo sobre a cirurgia de catarata!

Vivemos numa época marcada pela tecnologia, onde o uso de fotos e imagens atingiu, sem dúvidas, um dos seus maiores ápices na história humana. Afinal, todos nós estamos expostos, o tempo inteiro, às telas de TV, computadores e smartphones, fazendo da visão um dos nossos sentidos mais requisitados. É nesse contexto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem alertando para o cuidado com a saúde ocular da população, sobretudo num tempo onde cerca de 2,2 bilhões de pessoas possuem algum déficit visual e quase metade desses casos poderiam ser evitados ou corrigidos por meio de um acompanhamento oftalmológico regular. Vide o exemplo da catarata, doença que, no Brasil, atinge cerca de 550 mil pessoas todos os anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia. A boa notícia é que o diagnóstico e o tratamento do problema vêm se tornando cada vez mais eficazes, permitindo que inúmeros pacientes consigam obter uma melhor saúde visual em seu dia a dia. O médico oftalmologista Dr. Antonio Marcos F. Manhães, do Centro de Olhos de Campos, falou ao Mania de Saúde sobre a catarata e explicou como ela se manifesta. “A catarata pode ser definida como a opacificação do cristalino. O cristalino nada mais é do que a lente natural dos nossos olhos. Com o avançar da idade, essa estrutura acaba perdendo sua transparência, até que o paciente começa a ter uma visão embaçada, pelo fato de a luz não penetrar da mesma maneira que antes e, assim, chegar à retina. Mas, embora seja uma doença bastante prevalente na população, a redução visual causada pela catarata é reversível e inteiramente passível de tratamento, que se dá através de cirurgia, que é realizada pelo médico oftalmologista”, afirma Dr. Antonio. Ele ressalta outras características desse problema. “O principal fator de risco para a catarata, sem dúvida, é a idade. Sendo assim, praticamente todo mundo, após os 70 ou 75 anos, apresenta algum determinado grau de catarata. Outros fatores que podem estar associados são o uso crônico de alguns tipos de medicação, como corticoides por exemplo, bem como a presença de algumas doenças sistêmicas, como diabetes, onde a catarata costuma ter uma maior prevalência e às vezes surge até um pouco mais cedo. Em outras situações, a catarata pode ser decorrente de algum trauma ocular e, de forma mais rara, ela pode ser congênita, já nascendo com o bebê. Por isso que é tão importante a realização do teste do olhinho, que é feito para diagnóstico desse tipo de catarata e algumas outras graves doenças oculares. A exposição aumentada à radiação solar e fatores genéticos e hereditários também devem ser levados em consideração”. Apesar de os sintomas da catarata serem bastante comuns entre os idosos, Dr. Antonio destaca que a redução visual causada pela catarata geralmente é lenta e progressiva. E, muitas vezes, o paciente demora a perceber que está enxergando mal. Daí a importância do diagnóstico e do acompanhamento oftalmológico. “O sintoma da catarata é basicamente um só: o embaçamento da visão. Nos estágios mais iniciais, há um embaçamento leve. O paciente não enxerga muito bem as cores, elas não ficam mais tão vivas e, com o tempo, surge uma maior dificuldade de definir os contornos. Já nos estágios mais avançados, o paciente pode ter uma perda significativa de visão. O importante, então, é indicar a cirurgia no momento certo. Se a catarata estiver em um estágio muito inicial e praticamente não causar sintoma, nem sempre é passível de indicação cirúrgica imediata. Mas também não é recomendado deixar o problema avançar muito para poder operar, porque, no caso da catarata mais avançada, a cirurgia torna-se um pouco mais delicada e a recuperação visual pode ser mais lenta. O oftalmologista, portanto, é que vai indicar o momento ideal para cada paciente. Até porque existem vários tipos de catarata e cada indivíduo possui as suas características e particularidades”. Dr. Antonio lembra ainda que a cirurgia de catarata evoluiu muito nos últimos anos e, exatamente por isso, modificou por completo o tratamento da doença. “Antigamente, era comum se indicar a cirurgia apenas nos graus mais avançados. Os pacientes que tinham a catarata nos estágios mais iniciais muitas vezes não tinham a indicação da cirurgia. Hoje, como se tornou um processo muito mais seguro e eficaz, a tendência é ser indicada a cirurgia cada vez mais cedo. A tecnologia aprimorou muito esse processo. Hoje, por exemplo, a gente faz uso do aparelho de facoemulsificação, onde se consegue remover a catarata dentro do olho com uma microincisão, e implantar uma lente intraocular no lugar do cristalino opacificado, tudo com o que há de mais moderno no mercado, desde microscópio cirúrgico de última geração a lentes intraoculares mais modernas. Por isso a cirurgia de catarata é feita de forma rápida, segura e indolor, sendo realizada sem necessidade de internação hospitalar, como ocorria há algumas décadas e com recuperação visual muito mais rápida. Isso trouxe uma grande comodidade para o paciente”, lembra o médico. Ele comenta, por fim, outras características da cirurgia. “Evidentemente, como toda cirurgia, ela requer alguns cuidados do paciente, principalmente no pós-operatório, exigindo que a pessoa cumpra todas as recomendações do oftalmologista. No caso do Centro de Olhos, a gente tem uma maior comodidade, tanto para nós médicos, quanto para os pacientes, porque temos o nosso próprio centro cirúrgico e o paciente faz a cirurgia no mesmo lugar onde realiza a consulta e os exames pré-operatórios, que são muito importantes para dar a ele uma real expectativa de resultado e um melhor planejamento cirúrgico para o oftalmologista. De forma geral, é uma cirurgia na qual se consegue obter uma recuperação visual muito satisfatória, visando sempre oferecer a melhor solução para o paciente, a fim de obter uma melhor visão e saúde ocular”.