A fisioterapia não para de crescer. A cada ano que passa, inúmeros fisioterapeutas aprimoram seus conhecimentos e se dedicam a novas especialidades, fazendo com que a profissão seja cada vez mais reconhecida. Para abordar esse avanço, no mês em que se comemora o Dia do Fisioterapeuta, o Mania de Saúde ouviu a fisioterapeuta Dra. Júlia Neves, gestora da FisioClínica, da FisioClínica Health e da FisioStar. Com a experiência de gerir um time de profissionais altamente qualificados, ela ressalta os avanços na área e explica o que o profissional deve fazer para se sobressair na profissão.
Mania de Saúde – A fisioterapia registrou um grande crescimento nas últimas décadas. Mas quais avanços chamam sua atenção atualmente?
Dra. Júlia Neves – A fisioterapia é uma profissão muito jovem quando comparada a outras profissões da área da saúde. Desde quando se iniciou todo o trabalho do fisioterapeuta, passando pelo reconhecimento da profissão e chegando até os dias de hoje, houve um crescimento exponencial, fazendo com que a gente se desenvolvesse em vários âmbitos e especialidades. Mas o que mais me deixa orgulhosa é que os fisioterapeutas passaram a ter um embasamento científico, fundamentando-se em artigos especializados e buscando um constante aprimoramento. O fisioterapeuta deixou de ser um experimentador de técnicas e passou a ser realmente um estudioso. Todas as especialidades em que os profissionais atuam hoje têm uma sólida base científica e é muito gratificante ver esse crescimento com embasamento.
Mania de Saúde – Qual habilidade é essencial para o sucesso de um fisioterapeuta?
Dra. Júlia Neves – Para se destacar como fisioterapeuta, assim como em qualquer outra área, você precisa ter um diferencial, que vai sendo construído ao longo da sua formação. Ou seja: naquele período em que você está no meio acadêmico, estudando, tendo a oportunidade de fazer estágios, é justamente ali que você vai começando a se diferenciar em meio a uma turma que, às vezes, é muito grande. O mercado de trabalho recebe muitos profissionais todos os anos, porém só alguns realmente são contratados. Tudo isso começa na graduação e vai se solidificando por meio de especializações, pós-graduações e cursos adicionais. Até porque a fisioterapia se especializou muito. A gente não vê mais aquele fisioterapeuta generalista de antigamente, que tratava de tudo. Hoje temos profissionais especializados em patologias específicas, demonstrando um alto nível de especialização.
Mania de Saúde – Como vê a profissão hoje e como será a fisioterapia do futuro?
Dra. Júlia Neves – Hoje a área da saúde reconhece que a fisioterapia é uma grande aliada de inúmeros pacientes, atuando junto com os médicos para garantir uma abordagem completa na resolução de cerca de 80% das doenças, o que não acontecia no passado. Quanto ao futuro, há toda essa evolução de inteligência artificial e, além disso, no exterior, a fisioterapia já não apresenta tanto contato físico como ocorre no Brasil. Em países como os Estados Unidos, muitas vezes o paciente faz uma sessão com um profissional e leva o aparelho apenas para ser orientado, porque muitas coisas ele acaba fazendo em casa sozinho. Eu espero que a gente consiga, como fisioterapeuta, continuar podendo usar as nossas mãos para reabilitar, porque essa é a essência da nossa profissão. Torço para que a inteligência artificial não substitua o acolhimento nem o toque do fisioterapeuta, pois são eles o grande diferencial da fisioterapia na resolução dos tratamentos.