Especialista fala sobre a importância da suplementação

Quem tem uma criança neuroatípica em casa sabe que os desafios são muitos e a maneira. Por isso, nossa reportagem visitou o Espaço Clarisse Mota e conversou com Gláucia Nunes, nutricionista integrativa, que dá algumas dicas importantes para os pais.
“A alimentação de uma criança neuroatípica na verdade não é muito diferente, porque eu tenho uma visão integrativa, onde a gente já evita alguns alimentos, considerando-os inflamatórios e isso serve para todo mundo. A diferença para o atípico é a neurosuplementação, voltada para o sistema nervoso, para as disfunções e os transtornos que cada um tem. A gente hoje entende que todos esses transtornos, seja uma ansiedade generalizada, passando pelo autismo, TDAH, Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, têm um mesmo fundo, que é uma neuroinflamação. O trabalho da nutrição é buscar a causa dela e tentar amenizá-la, já que não há cura. Essa inflamação tende a baixar os níveis de minerais e vitaminas essenciais para o cérebro”, afirma Gláucia.
Para chegar ao tipo de tratamento necessário, a nutricionista recorre a uma série de ferramentas. “Alguns exames os pais já trazem, outros eu peço, mas a gente utiliza aqui no Espaço Clarisse Mota o exame de biorressonância magnética, que é um aparelho que mede a energia das células do corpo, e que dá as informações em forma de dados. Isso permite analisar quais minerais estão baixos e onde os sistemas do corpo não estão funcionando bem. Essas crianças geralmente têm uma descompensação do sistema gastrointestinal muito grande. Às vezes até comem, mas não absorvem da forma correta. O exame, porém, nos dá uma visão completa do corpo”, relatou.
Gláucia prossegue explicando como funciona a neurosuplementação, mencionada anteriormente. “Todos os alimentos possuem sua carga de minerais e vitaminas e a gente busca principalmente os alimentos que possuem as vitaminas do complexo B, que é onde costuma residir a principal deficiência dessas crianças. Então, nós complementamos isso na alimentação com gema de ovo, fígado de boi e de galinha, por exemplo. Mas só com a alimentação não se chega ao nível ideal, é preciso suplementar. E não serão apenas as vitaminas e minerais, vamos trabalhar com os anti-inflamatórios e antioxidantes para combater os radicais livres. Importante ressaltar que um dos diferenciais aqui do Espaço é que temos também a abordagem da terapia alimentar, onde um trabalho complementa o outro. A terapia alimentar vai trabalhando a aceitação da criança com os alimentos e eu vou suplementando enquanto a gente não chega nesse nível ideal. Aqui esse trabalho é feito de forma ampla e multidisciplinar”.