O Dia do Médico é considerado um marco importante para a área da saúde, tendo uma origem histórica e cristã, pois foi estabelecido em homenagem a São Lucas, evangelista e autor do livro Atos dos Apóstolos. Segundo a tradição, ele era médico e, por isso, tornou-se padroeiro dos profissionais da medicina. Mas, embora tenha um aspecto celebrativo, a data também é vista como um momento de reflexão, já que diversas entidades de saúde e profissionais da área costumam realizar eventos e discutir os rumos da medicina em todo o mundo.
Para cumprir com esse objetivo, o Mania de Saúde ouviu o médico Dr. Agostinho Boechat Neto, Coordenador da Representação do Conselho Regional de Medicina de Itaperuna e municípios circunvizinhos. Natural de Bom Jesus do Itabapoana, ele se formou em 2002 pela Faculdade de Medicina de Campos (FMC), é titulado em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), coordenador da UTI Neurovascular do Hospital São José do Avaí, capitão médico do Corpo de Bombeiros (onde exerce a função de socorrista junto ao 21° Grupamento de Bombeiro Militar, em Itaperuna), além de ser mestre em Ciências da Saúde (Medicina) pela Santa Casa BH e docente na Universidade Iguaçu – Campus V. É com essa vasta bagagem que Dr. Agostinho apontará os desafios vividos pela medicina na atualidade.
Mania de Saúde – Como você vê o papel do médico hoje e quais habilidades são essenciais para os recém-formados?
Dr. Agostinho Boechat Neto – Um bom médico necessita agregar competências técnicas e habilidades. Ser um profissional humanista é, na minha concepção, o maior dos predicados. Para tal, é preciso ter empatia pelo próximo, saber ouvir e saber se comunicar, seja com um olhar, seja com um toque. Cabe ao médico ainda, pautado em conhecimentos teórico-práticos, em sua experiência profissional e em preceitos éticos, tomar as melhores decisões em prol de seus pacientes. Por fim, o médico precisa ser digno e ter postura.
Mania de Saúde – Como a tecnologia tem impactado a medicina e a relação com os pacientes?
Dr. Agostinho Boechat Neto – As relações, com o advento tecnológico, mudaram, como um todo. Não haveria de ser diferente para com as relações entre médicos e pacientes e médicos e seus familiares. Podemos citar a telemedicina, sobretudo a partir da pandemia de COVID-19, e, mais recentemente, a inteligência artificial. Entendo que, independentemente do contexto tecnológico, é preciso que se estabeleça uma relação alicerçada em confiança e respeito mútuos.
Mania de Saúde – Que mensagem gostaria de deixar para a classe nesse Dia do Médico?
Dr. Agostinho Boechat Neto – Recitarei em homenagem aos colegas médicos parte de um poema escrito pela minha falecida avó Iracema, intitulado Ser Médico.