5 de fevereiro: um alerta necessário

5 de fevereiro - Dia Nacional da MamografiaO dia 5 de fevereiro tem uma importância significativa no calendário da saúde, celebrando o Dia Nacional da Mamografia e, também, o Dia do Mastologista. Essas datas têm o objetivo de enaltecer o trabalho desses profissionais e ressaltar a importância da mamografia na detecção precoce de alterações nas mamas, buscando conscientizar o público feminino sobre a realização periódica do exame, que pode reduzir a mortalidade por câncer de mama em 41%, segundo a American Cancer Society.
O alerta, inclusive, não poderia ter vindo em melhor hora. Afinal, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é hoje o mais incidente entre mulheres em todo o país, com taxas mais altas no Sul e no Sudeste, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Além disso, dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) mostram que a incidência da doença em mulheres com menos de 35 anos subiu para 5%, enquanto, em anos anteriores, essa faixa representava apenas 2% dos diagnósticos, evidenciando como o câncer de mama, geralmente associado a mulheres com mais de 50 anos, vem crescendo entre as mais jovens.
“Tenho percebido um aumento na preocupação das mulheres em relação ao câncer de mama, principalmente na faixa etária mais jovem. Elas procuram mais informações a respeito, marcando consultas e fazendo o câncer de mama ser um dos assuntos mais pesquisados na internet”, revela, ao Mania de Saúde, a médica mastologista Dra. Laura Ferzeli. “Contudo, muitas pessoas ainda acreditam que apenas mulheres com histórico familiar de câncer têm o risco de desenvolver a doença, negligenciando assim os exames de rotina. Além disso, há a ideia equivocada de que o autoexame substitui exames de imagem e a consulta com o mastologista, quando, na verdade, são passos essenciais para uma prevenção mais eficiente”, disse.
Outro dado importante refere-se às dificuldades enfrentadas pelo sistema de saúde para assegurar a cobertura necessária e o acesso a exames preventivos. Para se ter uma ideia, só no SUS, a cobertura de mamografias de rastreamento foi inferior a 35% em todas as unidades federativas no biênio de 2022 e 2023, conforme relatório do INCA. Já na rede privada, houve um crescimento na realização de mamografias no mesmo período, conforme estudo da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), mas com um obstáculo: mais de 15% das pacientes agendadas não foram ao local para realizar a mamografia, revelando assim a necessidade de intensificar a conscientização sobre o exame.
Dra. Laura Ferzeli
A médica mastologista Dra. Laura Ferzeli

“A mamografia é crucial para o rastreio contra o câncer de mama, sendo o único exame capaz de reduzir a mortalidade da doença. Ela consegue diagnosticar o câncer em estágios iniciais, antes mesmo de causar qualquer sinal ou sintoma”, ressalta Dra. Laura Ferzeli. “Na população de risco habitual, ou seja, mulheres sem história familiar de câncer de mama e/ou ovário, a rotina mamográfica deve ser iniciada aos 40 anos e repetida anualmente. Já para as mulheres com história familiar importante, que seriam consideradas grupo de alto risco, essa rotina deve ser antecipada, podendo iniciar-se aos 30 anos e adicionando a ressonância magnética juntamente à mamografia”, orientou.

Ainda segundo a médica, é comum algumas mulheres sentirem medo em relação à mamografia de rastreamento, mas isso não pode impedi-las de cuidar da saúde. “O tempo é crucial para um desfecho favorável. Portanto, devemos substituir o medo por coragem e manter exames e consultas em dia. A prevenção é sempre a melhor escolha”.