Nos primeiros meses de vida, é comum que os pais percebam que a cabeça de seus bebês pareça um pouco achatada de um lado ou apresente alguma assimetria. Embora possa causar temor aos pais e responsáveis, essa condição, conhecida como assimetria craniana, é bastante frequente. Mas atenção: é preciso iniciar o tratamento o mais breve possível, já que existem recursos eficazes para solucionar o problema e garantir o desenvolvimento saudável do seu bebê.
Para entender melhor essa condição, o Mania de Saúde procurou a Osteoclinic Kids, que tem se destacado nesse segmento, proporcionando tratamentos inovadores às famílias. A Fisioterapeuta Dra. Paula Christina detalhou por que esse fenômeno ocorre com tanta frequência em muitas crianças. “A explicação está no fato de que o crânio dos recém-nascidos ainda é maleável. Essa flexibilidade é essencial para o crescimento do cérebro, mas também os torna mais suscetíveis a alterações no formato da cabeça, especialmente quando passam muito tempo deitados na mesma posição”, conta a especialista. “A forma mais comum é a plagiocefalia posicional, que ocorre quando um lado da parte de trás da cabeça fica achatado. Há também a braquicefalia, um achatamento mais simétrico, e a escafocefalia, com o crânio alongado, comumente em prematuros”, detalhou.
Segundo ela, as causas da assimetria craniana estão, em grande parte, relacionadas às compressões que sofreram na gestação e no parto, fazendo com que, ao nascer, os bebês fiquem com restrição no movimento completo da cabeça, apresentando a preferência posicional. “Como o crânio do bebê é bastante maleável nos primeiros meses, ele pode se moldar de acordo com a posição em que passa a maior parte do tempo. Um exemplo comum é o bebê dormir sempre com a cabeça virada para o mesmo lado, o que pode acontecer por algum desconforto ao virar para o outro lado. Além disso, o uso prolongado de bebê-conforto e carrinhos, onde o bebê permanece com a cabeça apoiada na mesma posição, também contribui para o achatamento. Em alguns casos, a causa pode ser uma condição chamada torcicolo congênito, em que o bebê nasce com um encurtamento em um dos músculos do pescoço, o que dificulta a rotação da cabeça e favorece o apoio constante de um único lado”.
O risco da assimetria costuma ser considerado leve em muitos casos, mas, se não for tratada corretamente, pode trazer consequências como: alterações estéticas visíveis, que podem afetar a autoestima mais adiante; dificuldades motoras, especialmente quando há torcicolo associado; assimetrias faciais, mandibulares ou até oculares; em casos mais graves, atraso no desenvolvimento motor ou cognitivo. “Felizmente, a maioria dos casos é leve e pode ser corrigida sem grandes percalços. Uma orientação precoce de reposicionamento da cabeça do bebê ao dormir e estímulos de sustentação da cabeça na posição de bruços pode ser o suficiente para ajustar”, destaca Dra. Paula.
Ela lembra que, caso não seja suficiente, é necessário que os pais conversem com o pediatra e busquem um profissional especializado. E, nesse contexto, quem tem ganhado espaço atualmente é a osteopatia pediátrica. “Trata-se de um profissional que utiliza técnicas suaves de manipulação para melhorar a mobilidade do crânio e do pescoço, promovendo o equilíbrio postural e o alívio de tensões que possam estar contribuindo para a assimetria. É importante lembrar que o tratamento conservador (reposicionamento) tem uma janela de tratamento que se encerra por volta do 6º mês. Em situações mais acentuadas ou que não respondem às medidas iniciais, ou buscou o tratamento tardiamente, o uso de capacetes ortopédicos pode ser recomendado. Esses dispositivos ajudam a redirecionar o crescimento do crânio, geralmente com bons resultados quando iniciados após a janela terapêutica do tratamento conservador”.
A especialista deixa ainda um recado final às famílias. “O mais importante é buscar um profissional assim que observar que a cabeça está amassadinha e tomar as providências de imediato, e não ficar aguardando que o tempo irá solucionar por si só. Com um acompanhamento adequado, é possível garantir o desenvolvimento saudável e tranquilo do seu bebê”.
