Quem nunca fez um movimento repentino ao longo do dia e, de repente, sentiu aquela leve dorzinha na lombar ou em outra parte do corpo? Pois é. Situações como essa podem não ser tão frequentes para os mais jovens, mas, com o passar dos anos, vão se tornando cada vez mais comuns. É nesse contexto que o Pilates se torna um dos grandes aliados na prevenção de lesões e na melhora da consciência corporal no dia a dia, especialmente durante o processo de envelhecimento.
Apesar de todos esses benefícios, muitas pessoas têm receio de iniciar o Pilates, especialmente aquelas que já passaram dos 40 anos. A insegurança com os próprios limites, o medo de se machucar e a falta de informação ainda fazem com que boa parte do público permaneça inativa, mesmo diante da necessidade crescente de cuidar do corpo com mais atenção. Mas quando elas encontram o local ideal para dar os primeiros passos com confiança, amparadas por profissionais capacitados nesse tipo de atendimento, tudo fica mais fácil.
Para aprofundar o assunto, o Mania de Saúde esteve na FisioClínica e ouviu a fisioterapeuta Gil Oliveira. Com vasta experiência em reabilitação, ela explica como o método funciona e por que é tão diferenciado. “Costumo dizer que a fisioterapia é uma verdadeira arte, cuja principal função consiste em moldar corpos. Minha base de trabalho é a técnica de Reeducação Postural Global (RPG), desenvolvida por PH. Souchard, a partir da qual conduzo todos os meus atendimentos. No Pilates, essa abordagem se integra ao conhecimento da biomecânica e à correção postural, respeitando sempre os princípios fundamentais do método: concentração, respiração e controle do movimento”, disse.
Um dos diferenciais do Pilates, segundo ela, é o uso de equipamentos que auxiliam na realização de diversos exercícios, permitindo adaptar a prática às necessidades e limitações de cada pessoa. “O clima nas aulas é de leveza e acolhimento. Nos finais das sessões, gosto de fazer um relaxamento corporal, permitindo que o Pilates, além de ser uma etapa de superação, acabe se tornando um momento de autoconhecimento do próprio corpo, uma redescoberta”, conta Gil. “Para a terceira idade, o Pilates é uma ferramenta que ajuda a aumentar a flexibilidade, o equilíbrio, a força, a coordenação e a consciência corporal, além de fortalecer o core e promover a estabilidade da postura. Outro benefício é estar num ambiente onde o idoso se sente acolhido, o que reduz a ansiedade e o estresse”, ressalta a fisioterapeuta.
Ela lembra que o desafio do idoso no Pilates é justamente quebrar a barreira do medo de não conseguir executar os exercícios. “É muito comum ele achar que não será capaz de realizar os movimentos. Mas, quando experimenta o prazer de se mover, é como se uma luz se acendesse ao seu redor, trazendo de volta a vontade de participar, de estar em grupo, de se sentir capaz. Por isso é tão importante estimular cada vez mais essa chama, para que ela cresça e se transforme em autonomia real na terceira idade”, comenta Gil. “Já nas primeiras sessões, o corpo, que foi feito para se mover, reage ao estímulo dos movimentos integrados que o Pilates proporciona de respiração, flexibilidade e equilíbrio, provocando assim uma enorme transformação na vida do aluno”.
Um exemplo de quem teve a vida transformada pelo Pilates é a aluna Alice Maria Rosa Neto, que se orgulha de levar uma rotina ativa e cheia de energia. “Eu tinha problema na coluna e, para conseguir cuidar dos meus netos, precisava estar com saúde e disposição. O Pilates me trouxe isso. Em menos de um mês de prática, já percebi a melhora. Fiquei mais disposta e ganhei flexibilidade”, diz ela. “A Gil é uma excelente fisioterapeuta. Ela cuidou de mim com muita dedicação. Comecei o Pilates porque tive Chikungunya e vim para cá no período da Covid-19. A doença afetou bastante o meu joelho, causando dor, rigidez e dificuldade para me movimentar. Mas, aos poucos, a Gil foi trabalhando e as dores passaram. Ela é daquelas profissionais que colocam a mão mesmo, que cuidam de verdade. Isso faz toda a diferença”.
