
O dia 12 de julho marcou o lançamento de uma obra muito aguardada por pais, educadores e diversos especialistas em saúde infantil na atualidade. Trata-se do livro “A geração ansiosa: Como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais”, do psicólogo social norte-americano Jonathan Haidt. Publicado no começo deste ano nos EUA, onde atingiu o primeiro lugar no New York Times, o livro explica como a hiperconectividade vem alterando o desenvolvimento neurológico de crianças e adolescentes, causando distúrbios que vão desde a privação de sono até a própria ansiedade e depressão.
Além de reunir os mais recentes dados sobre a influência das telas na vida dos jovens, abordando desde questões de saúde até impactos sociais, Haidt discute uma série de estratégias que podem ser implementadas para reduzir os efeitos da superexposição à tecnologia. Um dos principais pontos debatidos pelo autor é a necessidade de promover um ambiente familiar saudável e estabelecer diretrizes quanto ao uso de telas, criando mecanismos para garantir um melhor desenvolvimento às crianças não só em casa, mas também na escola.
Nesse contexto, torna-se bastante oportuno considerar práticas como a puericultura, que oferece às famílias um conjunto abrangente de orientações, incluindo cuidados físicos, mentais, nutricionais e até mesmo emocionais, buscando sempre respeitar a singularidade de cada criança. “Hoje em dia, pais e educadores se deparam com um mundo cada vez mais complexo, que introduz novos desafios na educação das crianças. Mas a puericultura surge como uma aliada extremamente valiosa nesse processo”, afirma a Médica de Família e Comunidade Dra. Bruna Chagas, responsável pelo serviço de puericultura da Insalus Concierge em Saúde.
Segundo ela, a puericultura não se dedica exclusivamente a tratar uma doença, mas sim avaliar todo o contexto de desenvolvimento da criança, dando aos pais uma série de ferramentas para estimular um crescimento mais saudável. “Isso envolve não apenas questões de saúde, mas também hábitos de vida, sentimentos, relações interfamiliares e o próprio uso da tecnologia. É possível, por exemplo, valorizar o aspecto lúdico e as interações em família, contrabalançando o uso de telas. A puericultura consegue estabelecer algumas linhas de ações muito importantes para evitar hábitos nocivos à criança, aprimorando até mesmo a qualidade do sono, que é um aspecto fundamental para o desenvolvimento de qualquer indivíduo”, disse.
Dra. Bruna ressalta, por fim, como a puericultura ajuda a combater um dos grandes problemas enfrentados pelas famílias na atualidade. “Hoje vemos uma tendência de buscar diagnósticos apressados ou medicar crianças simplesmente por estarem agitadas ou hiperativas, sem observar o contexto familiar. Muitas vezes, os problemas da família são absorvidos pelas crianças, mas elas vão repercuti-los através de comportamentos. É fundamental, portanto, entender o contexto familiar para oferecer o suporte adequado à criança, sem achar que remédio é a solução para tudo”, orienta a médica. “Na puericultura, dedicamos bastante atenção ao lado emocional das crianças, pois isso tem diversas implicações em sua formação. Nosso objetivo é promover um desenvolvimento completo, oferecendo condições ideais para que cresçam saudáveis e felizes”.
