Cada vez mais mulheres têm buscado métodos contraceptivos de longa duração, e o implante subdérmico surge como uma alternativa segura, prática e eficaz. Conversamos com a médica ginecologista e sexóloga Dra. Karlla Haddad para esclarecer as principais dúvidas sobre o tema.
Mania de Saúde – O que é o implante anticoncepcional e como ele funciona?
Dra. Karlla Haddad – O implante é um bastão pequeno e flexível, com cerca de 4 cm, inserido sob a pele do braço. Ele libera o hormônio etonogestrel continuamente por até três anos, impedindo a ovulação e dificultando a entrada de espermatozoides. É um dos métodos mais eficazes disponíveis, com taxa de falha inferior a 0,1%. Após a remoção, a fertilidade retorna rapidamente.
Mania de Saúde – Implante anticoncepcional e hormonal são a mesma coisa?
Dra. Karlla Haddad – Todo implante anticoncepcional é hormonal, mas nem todo implante hormonal é anticoncepcional. O implante anticoncepcional (como o Implanon) é voltado exclusivamente para evitar a gravidez e tem efeito de longa duração. Já outros implantes hormonais, como os usados para tratar endometriose ou na reposição hormonal, podem conter diferentes substâncias e durar menos tempo. Além disso, o Implanon precisa ser removido ao fim dos 3 anos, enquanto outros são absorvidos pelo corpo.
Mania de Saúde – Quais são os benefícios e possíveis efeitos colaterais?
Dra. Karlla Haddad – Os principais benefícios são: altíssima eficácia, longa duração, comodidade e possibilidade de reduzir ou até suspender a menstruação. Pode ser usado por adolescentes, mulheres que amamentam e por quem não pode tomar estrogênio. Os efeitos colaterais mais comuns são alteração do padrão menstrual, dor de cabeça, acne e, em alguns casos, ganho de peso. A maioria das mulheres se adapta bem, mas, caso os sintomas persistam, o implante pode ser removido.
Mania de Saúde – Quem pode usar o implante e quem deve evitá-lo?
Dra. Karlla Haddad – O implante pode ser indicado para mulheres de quase todas as idades, especialmente aquelas que desejam um método de longa duração e se esquecem facilmente de pílulas. É seguro para adolescentes, puérperas, lactantes e mulheres com restrições ao estrogênio. Aquelas que enfrentaram alguma patologia recente precisam ser avaliadas com critério. Também deve ser evitado por mulheres com sangramento vaginal sem causa identificada até que o quadro seja esclarecido.