A busca por eficiência, qualidade e sustentabilidade tem levado hospitais de todo o país a adotarem metodologias que entregam resultados reais. Entre elas, o Lean Six Sigma se destaca por transformar dados e metas em soluções práticas, com impacto direto na rotina e na segurança do atendimento. Nesta entrevista, o especialista Daniel Presgrave explica como a consultoria atua na saúde e os benefícios concretos dessa abordagem.
Mania de Saúde – Como a consultoria Lean Six Sigma atua no dia a dia de um hospital? Quais problemas ela ajuda a resolver e que tipo de benefício traz para o hospital e para os pacientes?
Daniel Presgrave – O Lean Six Sigma é referência utilizada pelos principais hospitais do Brasil e do mundo para a transformação de metas estratégicas em resultados operacionais, tanto na assistência a pacientes quanto em processos de apoio e administrativos. A atuação ocorre pela construção de soluções customizadas para a realidade única de cada hospital, em parceria com a equipe da instituição e embasada em ferramentas estatísticas para garantir a efetividade das ações. Por meio da eliminação de desperdícios e redução de variabilidade, o Lean Six Sigma tem ajudado instituições como o Hospital Albert Einstein e o Hospital Sírio-Libanês a reduzir eventos adversos, controlar custos e aumentar a satisfação de clientes.
Mania de Saúde – Com base na sua formação em hospitais de referência como o Albert Einstein, que diferenciais você traz hoje na forma de aplicar o Lean Six Sigma?
Daniel Presgrave – O primeiro diferencial é o conceito de excelência como valor e cultura institucional, independentemente do tamanho ou orçamento da instituição. Por este motivo, nossos pacotes de consultoria incluem capacitação Green Belt e Yellow Belt, difundindo os valores e métodos de melhoria contínua. A equipe passa a se orientar por dados, podendo fazer melhoria em processos de forma eficaz. Nossa experiência em implementação de projetos no contexto do SUS também nos permite trazer melhoria em instituições sob gestão pública.
Mania de Saúde – Nos treinamentos Green Belt e Yellow Belt, voltados para profissionais da saúde, o que é ensinado e como isso impacta a rotina e os resultados do hospital?
Daniel Presgrave – O Yellow Belt prepara o colaborador para participar com eficácia de projetos de melhoria, enquanto o Green Belt fica capacitado para liderar projetos. O treinamento tem como eixo a metodologia DMAIC, que evita que se “queime etapas” na busca por melhorias, contornando dificuldades na implementação e sustentação de resultados. Um benefício adicional é a melhoria na comunicação interna, já que a compreensão dos processos como um todo faz com que cada integrante da equipe entenda os impactos de cada aspecto de sua atuação em outros setores e nos resultados atingidos.
Mania de Saúde – Qual a diferença entre os projetos tradicionais e projetos de Excelência Operacional?
Daniel Presgrave – Os projetos tradicionais (CAPEX) costumam envolver investimentos significativos com aumento de equipe, construção de novas áreas ou aquisição de equipamentos caros. A Excelência Operacional (OPEX) com Lean Six Sigma, por sua vez, está focada em utilizar melhor os recursos existentes, combater desperdícios e simplificar processos. Assim, é possível obter resultados com investimento menor, exigindo, entretanto, um comprometimento com melhoria contínua por parte da alta gestão.
Mania de Saúde – Por que um hospital deveria apostar na consultoria Lean Six Sigma? De que forma essa abordagem ajuda a aumentar a eficiência, reduzir custos e melhorar a qualidade e segurança do atendimento?
Daniel Presgrave – Os hospitais estão sob pressão por vários lados: aumento de custos, dificuldade em aumentar receitas, exigência de aumento de qualidade, aumento de demanda e surgimento de novas tecnologias. O emprego de metodologias comprovadas para a eficiência das operações é fundamental nesse contexto para a sustentabilidade da instituição.
