Beber para se soltar pode aumentar seu sofrimento

BeberSegundo Dra. Gabriela Dal Molin, o consumo excessivo de álcool pode mascarar sintomas psiquiátricos, exigindo atenção

Sair do trabalho, deitar no sofá e abrir uma cerveja é um hábito comum a muitos brasileiros. Você se identifica com isso? Pois saiba que sua saúde mental pode estar sendo inteiramente prejudicada. Apesar de o consumo de álcool ser corriqueiro em vários setores da sociedade, nem sempre as pessoas têm consciência do quanto ele pode se tornar um problema, especialmente em um mundo cada vez mais assolado por transtornos de ansiedade e depressão.
O alerta vem crescendo, inclusive, entre as mulheres, já que o excesso no consumo de álcool mais do que dobrou entre o público feminino, conforme pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo os pesquisadores, o índice passou de 7,7% em 2006 para 15,2% em 2023, com dados recolhidos nas principais capitais do país. Ou seja: estar sempre ingerindo álcool, sem prestar tanta atenção na frequência ou na intensidade do consumo, pode ser mais arriscado do que muitos pensam.

BeberÉ o que afirma a médica psiquiatra Dra. Gabriela Dal Molin. “O álcool é um tema controverso porque, diferente do tabaco, não foram criadas políticas públicas para reduzir o consumo e abordar os malefícios em relação à saúde. Na verdade, ocorre o contrário: ele está sempre presente na mídia e nas redes sociais como algo positivo, algo que traz alegria e bem-estar para as pessoas”, conta a médica. “No dia a dia, porém, o que temos percebido é um consumo excessivo e intenso, com jovens ingerindo álcool de forma cada vez mais precoce, colocando em risco a própria saúde mental”, acrescentou.

Segundo Dra. Gabriela, ao contrário do que parece, o álcool pode, sim, mascarar ou agravar sintomas de transtornos psiquiátricos. “Muitas pessoas recorrem ao álcool para diminuir o estresse, melhorar a ansiedade e se soltar um pouco mais. Porém a gente sabe que o alcoolismo é uma doença extremamente grave e de difícil manejo, pois acaba se tornando algo velado. A pessoa muitas vezes negligencia o problema. Mas o álcool pode mascarar sintomas depressivos e ansiosos, o que reforça a importância de reconhecer o problema e buscar ajuda”.

Quando o álcool passa a fazer parte do cotidiano do indivíduo, criando um padrão diário de consumo para anestesiar a rotina e trazer relaxamento, ele já configura um fator de risco importante. Nesse contexto, é fundamental buscar o auxílio do médico psiquiatra, que vai orientar quanto ao devido tratamento, já que a abordagem desse paciente envolve diferentes medidas, indo muito além do uso de remédios. “Nenhum tratamento se torna efetivo apenas com uso de medicação”, ressalta Dra. Gabriela. “Diante de um quadro como o alcoolismo, é necessário contar com diferentes profissionais e estratégias terapêuticas, incluindo atividade física, que é primordial, bem como mudança de comportamento, psicoterapia, grupos terapêuticos e medicação. Em Campos dos Goytacazes, a Novos Rumos Saúde Mental realiza esse tipo de abordagem, sendo um espaço completo e adequado para oferecer auxílio aos mais diversos pacientes, de forma humanizada e assertiva”, finalizou.