Toda mulher que deseja engravidar sabe o quanto a gestação exige um preparo corporal para que cada mudança aconteça de forma tranquila e saudável. Nesse contexto, muitas gestantes recorrem à Fisioterapia Pélvica, a fim de garantir o bom funcionamento dos músculos e articulações envolvidos no parto. Mas existe outro componente fundamental nesse processo, capaz de trazer equilíbrio, reduzir desconfortos e aumentar a confiança da mulher em cada etapa da gestação: a Osteopatia.
Para abordar o assunto, o Mania de Saúde procurou a Osteoclinic Kids e ouviu a Fisioterapeuta e Osteopata Dra. Vivian Ribeiro. Pós-graduada em Fisioterapia Uroginecológica e Obstétrica, com especialização em Osteopatia Estrutural, Funcional, Craniano e Visceral, bem como Osteopatia na Fertilidade Feminina, com cursos nacionais e internacionais, ela conta como essa atuação pode beneficiar a gestante, independente da via de parto. “A Fisioterapia Pélvica e a Osteopatia são aliadas, pois uma complementa a outra. Enquanto a Fisioterapia permite tratar disfunções do assoalho pélvico e propor exercícios para a pelve, a Osteopatia possibilita tratar a estrutura, ajustando a mecânica articular e preparando a gestante para enfrentar as mudanças fisiológicas, biomecânicas e hormonais de forma mais leve. Como a barriga pesa mais para frente, a gestante sofre alterações de postura, que acabam provocando dor lombar, dor no quadril, pubalgias, além de outras queixas comuns na gestação, como azia, refluxo e constipação. Na Osteopatia, porém, conseguimos diminuir as tensões sobre o estômago, intestino e diafragma, já que, com o crescimento do bebê, o espaço vai diminuindo, facilitando o aparecimento desses sintomas e até de tensões para o próprio bebê na barriga”, diz Dra. Vivian.
Segundo ela, a Osteopatia também ajuda no parto e na recuperação da gestante, aliviando dores e tensões que costumam surgir após partos prolongados. “Durante o parto, o sistema nervoso autônomo simpático, responsável pela resposta de luta ou fuga, pode aumentar a tensão muscular e a produção de hormônios do estresse, como adrenalina e cortisol. Quando liberado em grandes quantidades, o cortisol inibe a ação da ocitocina, hormônio que facilita a contração do útero. Com isso, a gestante aumenta a ansiedade e a tensão muscular, mantendo o corpo em estado de alerta, o que dificulta a progressão do parto. Em contrapartida, o sistema nervoso autônomo parassimpático traz relaxamento, reduzindo dor e tensão muscular, além de diminuir o gasto de energia durante o trabalho de parto, facilitando sua progressão e tornando-o mais rápido. Isso resulta em um pós-parto com menos dor e tensão muscular. A Osteopatia, portanto, é fundamental nesse processo, já que permite estimular o sistema nervoso parassimpático, facilitando o trabalho de parto, reduzindo a dor e a tensão muscular associadas às contrações, além de promover o relaxamento geral do corpo, otimizando as contrações e facilitando a descida do bebê, tornando o parto mais rápido”, destacou.
Isso explica por que tantas gestantes vêm aderindo cada vez mais à Osteopatia, como finaliza Dra. Vivian Ribeiro. “O período gestacional é um mix de mudanças no corpo da mulher, e essas transformações podem trazer dores e desconfortos, tanto para a gestante quanto para o bebê. A Osteopatia pode minimizar tudo isso apenas com técnicas suaves manuais. Nos dias de hoje, com o tempo corrido, ter uma profissional que consiga aliar essas duas especialidades é algo maravilhoso. Inúmeras gestantes já chegaram à fisioterapia pélvica com queixas e sintomas que foram resolvidos pela Osteopatia. Isso demonstra como essa abordagem transforma a experiência da gestação, permitindo um parto mais tranquilo e um bebê mais saudável”.
