Seu bichinho envelheceu. E agora?

Seu bichinho envelheceu. E agora?Embora às vezes não aparentem estar envelhecendo, os animais enfrentam uma série de mudanças ao longo da vida, que podem impactar diretamente sua saúde na velhice. Entender como esse processo ocorre, portanto, é fundamental para garantir conforto e tranquilidade ao seu cachorrinho, permitindo que ele envelheça de forma saudável e sem complicações. Quem nos fala sobre o assunto é a médica veterinária Dra. Lina Goulart, da Procamp.

Segundo ela, são vários os fatores que influenciam o processo de envelhecimento, a começar pelo porte do animal. “Primeiro é preciso entender as características de cada raça. Os cachorros mini, pequenos ou até mesmo micro, por exemplo, entram na puberdade mais cedo, porém têm uma vida mais longa, durando cerca de 15, 18, 20 anos. As raças médias, por sua vez, atingem a puberdade em torno de 10 meses a 1 ano, tendo uma expectativa de vida de 14, 15 anos, dependendo dos cuidados recebidos. Já os cães de raças grandes e gigantes entram na puberdade por volta de 1 ano e 2 meses, 1 ano e meio, sendo que, a partir dos 7 ou 8 anos, já passam a ser considerados idosos, manifestando diferentes sinais de envelhecimento”, diz Dra. Lina.

Ela destaca alguns fatores que devem ser observados ao longo desse percurso. “Você começa a notar, por exemplo, a cara ficando branquinha, especialmente em animais de pelagem escura. No aparelho locomotor, surgem dificuldades para andar e subir degraus, que exigem maior atenção. Enquanto isso, nos olhos, vão aparecendo a opacidade, as cataratas, fazendo o bichinho sentir dificuldade de enxergar. Já na parte digestiva, é necessário oferecer uma ração com mais fibras, mais concentrada, pois o animal tende a comer menos. Sendo assim, é preciso ter mais fibras para ele não ficar constipado e poder evacuar normalmente. Até porque o animal vai ficando mais lento, dorme mais e se torna mais sedentário, o que também afeta a digestão. Já na parte odontológica, é comum notar a presença de tártaro, gengivite e até perdas dentárias, reforçando assim a necessidade de agir preventivamente”, ressaltou.

A médica veterinária Dra. Lina Goulart, da ProcampNesse contexto, segundo Dra. Lina, é fundamental aumentar a vigilância com a vermifugação e com a própria vacinação do bichinho, além de outros cuidados essenciais no dia a dia. “Isso é importante porque qualquer probleminha pode baixar a imunidade, fazendo com que esse animal, já sênior, acabe contraindo doenças como a cinomose ou a parvovirose. Nessa fase geriátrica, inclusive, as funções hepáticas e renais podem estar comprometidas, além de haver o risco de diabetes. Ou seja: se o animal começar a emagrecer rápido, urinar com frequência e até atrair formigas, já é motivo para ligar o alerta”, informa a veterinária. “O importante, na geriatria, é agir preventivamente. Você pode implementar um protocolo de suplementação com ômega-3, utilizando produtos para pelagem, para saúde articular, bem como a ração própria para idade, que faz toda a diferença para a saúde do pet”, disse.

Outra dica importante é ter cuidado ao passear com o cãozinho, andando mais devagar, já que ele tende a ficar mais lento, além de sofrer problemas auditivos, não percebendo a aproximação de carros ou de motos. Estar atento a esses sinais é vital para garantir uma melhor qualidade de vida ao bichinho, especialmente pelas doenças que podem surgir na velhice. “As raças grandes, como mencionei, envelhecem mais cedo e tendem a apresentar mais problemas articulares, como displasia coxofemoral (DCF) e dificuldades para se locomover. Já as raças acondroplásicas, tipo os bassets, com suas pernas curtas, tendem a apresentar problemas de coluna, além de dificuldades de locomoção. É recomendado, então, utilizar um piso antiderrapante e preparar um local acessível para o animal dormir, já que ele pode não conseguir se mover como antes. Outro fator de atenção é a obesidade, especialmente em animais castrados. É fundamental acompanhar a saúde do bichinho e não deixar as coisas degringolarem. Isso é o que vai garantir uma velhice saudável para ele, assim como buscamos para nós”.