(*) Sthevo Damaceno é jornalista e
editor do jornal Mania de Saúde.
sthevodamaceno@maniadesaude.com.br

Quem acompanha o Mania de Saúde sabe que, todos os anos, quando chega o verão, nossas equipes de distribuição e de reportagem aportam em Guarapari, a fim de reencontrar os leitores que veraneiam por lá. É quando revemos um número enorme de amigos e conhecidos, oriundos das mais diversas cidades do interior fluminense, que sempre esbanjam um sorriso no rosto ao avistar algum de nossos colaboradores. Isso para não me referir, é claro, a muitos dos próprios guaraparienses, que já criaram uma relação tão próxima e calorosa para com o jornal, a ponto de cobrarem mais visitas de nossa parte ou perguntarem o motivo da demora em revê-los, sempre em tom cordial e afetuoso. Ver cenas como essas – ainda mais no meu caso, que há mais de uma década vou para lá e sinto na pele esse espírito caloroso do público – sempre nos deixa revigorados em nossa missão de levar informação de qualidade aos leitores, que reconhecem o esforço do nosso trabalho. Mas confesso que, ainda que tenha me habituado a essa rotina, em 2022 ela ganhou um toque especial, por conta dos últimos verões terem sido diferentes devido à pandemia. Já este ano, bastou chegarmos a Guarapari, por exemplo, para vermos que nada havia mudado nessa relação: a cidade estava mais bonita, mais frequentada, repleta de novidades e, claro, cheia de turistas, que mais uma vez nos acolheram de braços abertos. Impossível não citar, nesse contexto, a presença luminosa de Fernando da Bacutia, que encarna como ninguém esse carinho manifestado pelo público com a chegada do Mania de Saúde à orla capixaba. Tanto que bastou pisarmos na areia da praia mais badalada de Guarapari para o vendedor, que atua há décadas na Bacutia, nos reconhecer e logo começar a folhear e a entregar os jornais por conta própria, além de conclamar o público a conferir o nosso mensário. “Que coisa boa ver o Mania de Saúde novamente por aqui, meus amigos! Se eu tivesse um jornal, seria manchete”, brincou ele. Pioneiro na Bacutia, Fernando viu como ninguém os efeitos da pandemia no turismo capixaba. Em sua famosa barraca, que serve os mais variados itens aos banhistas, desde bebidas e petiscos até pratos mais refinados, ele comemorou o verão deste ano como o início de um novo tempo para a cidade. “A pandemia afetou todos nós, no mundo inteiro e aqui, é claro, não foi diferente. Mas na medida em que ela foi amenizando, aos poucos os turistas começaram a voltar e hoje o movimento está excelente. Arrisco até a dizer que este foi um dos melhores verões que já vi. O público desceu em peso, a praia encheu bastante, além do que a cidade está cheia de novidades para acolher os turistas. A tendência é só melhorar!”, diz ele. Diante de um mundo marcado por tanta negatividade, onde as relações humanas parecem muitas vezes esmorecer, é um alento sentir a alegria e a espirituosidade de Fernando da Bacutia, Alexandre Tandeco (ambos na foto), e tantos outros amigos e leitores que reencontramos neste verão, cuja simpatia me remete diretamente à Simone Weil, para quem a amizade não se busca, não se sonha, nem se deseja: exerce-se.

