O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma realidade cada vez mais presente na vida de inúmeras famílias, gerando uma série de desafios não só no ambiente doméstico, mas também no que diz respeito à educação da criança. Isso porque nem sempre é fácil conciliar as características individuais de um autista com o sistema escolar disponível, exigindo uma proatividade ainda maior de pais e profissionais da educação para promover um melhor desenvolvimento.
Para abordar o tema, o Mania de Saúde ouviu a psicopedagoga Jeanne Fonseca Leonardo, especializada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Neuropsicopedagogia e Desenvolvimento Infantil. Fazendo parte do corpo clínico da Helpers Autismos, que é referência no atendimento a crianças e adolescentes com TEA e TDAH, ela comenta as dificuldades mais comuns enfrentadas pela família na hora de escolher uma instituição de ensino para a criança.
“Os desafios enfrentados pelos pais de crianças autistas em relação à escola são significativos e complexos, exigindo uma abordagem abrangente para promover a inclusão e garantir uma educação de qualidade. Entre as principais dificuldades estão a capacitação dos profissionais, que muitas vezes carecem de treinamento específico, sendo crucial investir em capacitação contínua para atender às necessidades das crianças com TEA. Antes de pensar em adaptação, o professor precisa sempre presumir competência e inteligência. Ou seja: acreditar que o aluno tem a capacidade de pensar, aprender e entender, mesmo que não veja qualquer evidência concreta”, diz Jeanne. “É necessário também adaptar o currículo e desenvolver Planos de Ensino Individualizados (PEI) para cada aluno, considerando suas habilidades e necessidades únicas, visando sempre um melhor desenvolvimento”.
Adaptar o ambiente escolar, implementar sistemas de comunicação alternativa e aumentativa (CAA), treinar professores e colaboradores, envolvendo os pais na elaboração dos PEIs e nas atividades escolares também são passos importantes para uma educação inclusiva e de qualidade para crianças com TEA. “Superar esses percalços requer um esforço coordenado entre governo, escolas, profissionais de saúde, famílias e a comunidade. Investir em formação, adaptar o ambiente escolar, melhorar a comunicação e assegurar recursos adequados são passos essenciais para garantir que as crianças autistas recebam a educação inclusiva e de qualidade a que têm direito”.
A psicopedagoga destaca também o papel das famílias nesse processo. “É fundamental oferecer apoio às crianças em suas atividades escolares. As estratégias envolvem atividades centradas nos interesses da criança, utilizando temas de filmes ou personagens favoritos para favorecer o aprendizado. Materiais educativos visuais, como livros ilustrados e jogos temáticos, também estimulam o interesse. Promover a comunicação é essencial, oferecendo oportunidades frequentes para a criança se comunicar, seja através de palavras, gestos ou comunicação alternativa, reforçando positivamente cada tentativa de comunicação. A generalização das habilidades aprendidas na escola para situações do dia a dia é igualmente importante, criando situações e contextos em casa que incentivem a criança a aplicar essas habilidades”, disse.
Jeanne revela, por fim, como a Helpers Autismos vem auxiliando diferentes famílias no cuidado à criança com TEA. “A equipe Helpers conta com profissionais altamente capacitados, trabalhando em colaboração com a família e outros especialistas, a fim de desenvolver estratégias que atendam às necessidades individuais dessa criança. O objetivo é promover a inclusão por meio de uma abordagem colaborativa e centrada no indivíduo. O trabalho psicopedagógico desempenha um papel crucial nesse desenvolvimento e a equipe Helpers está aqui para auxiliar a todos nessa jornada”.