Menopausa e atividade física

Menopausa e atividade físicaNo período pós-menopausa, as mulheres sofreram com as alterações do sistema reprodutivo e, além disso, uma diversidade de sintomas que perduram durante a transição menopáusica. Uma das estratégias para a diminuição desses sintomas é a prática regular e frequente de atividade física.

Por isso, conversamos com a médica ginecologista Dra. Jane Carla, que dá mais detalhes sobre o assunto. “Dentre as alterações no período de transição menopáusica e pós-menopausa que ocorre pela alteração hormonal temos: calores noturnos até onda de calor, secura vaginal/dispareunia (dor na relação sexual), dificuldade de dormir/insônia. Como se não fosse suficiente, outras mudanças na composição corporal, aumento de gordura de tronco e visceral, redução de massa magra e da densidade mineral óssea, que repercutem na qualidade de vida. Essas mudanças contribuem para diabetes tipo II, dislipidemia, câncer de mama, doenças coronarianas e depressão. O aprimoramento da saúde preventiva gerou um aumento da expectativa de vida dessas mulheres, que necessitam viver muito tempo neste período menopáusico. O estímulo da prática de atividades físicas a pacientes neste período, que são restritas ao uso de terapia hormonal, por algumas doenças como tromboembolismo, acidente vascular cerebral e câncer de mama, seriam uma excelente alternativa para promover maior produção de endorfinas pelo cérebro com melhora da autoestima e do bem-estar”.

Dra. Jane Carla - Menopausa e atividade física
A médica ginecologista Dra. Jane Carla

Segundo Dra. Jane Carla, muitas pesquisas mostram que as mulheres na perimenopausa e menopausa precisariam aderir à prática e à frequência da atividade física, por promover melhora do sistema cognitivo e benefícios geral à saúde. “O envelhecimento natural e a diminuição da produção de hormônios durante e após a menopausa gera um enfraquecimento da força da musculatura do assoalho pélvico, que está relacionado ao fator de risco à incontinência urinária e pode ser amenizado com atividade física. Além disso, no processo de envelhecimento, o organismo reduz a homeostase que mantém os sistemas endócrino, imunológico e neurológico em equilíbrio, o que aumenta a chance de algumas doenças crônicas-degenerativas, sendo a osteoporose um exemplo para as mulheres devido à redução dos hormônios femininos após a menopausa, com a perda da densidade mineral óssea. A atividade física é uma opção não farmacológica para osteoporose, ao causar estresse mecânico direto ao osso, o que influencia muito na formação óssea, e estimula o desenvolvimento da força, flexibilidade, equilíbrio e resistência muscular. Exercícios como a musculação guiada e o Pilates são excelentes métodos para reduzir a chance de lesões, como fraturas durante a prática. A atividade física representa a melhor forma de tratamento não farmacológico para todas as idades. É importante estabelecer hábitos de atividade física desde cedo, para que o organismo esteja habituado em fases posteriores da vida, ou iniciar assim que possível, a fim de atingir uma maior longevidade”.