A vacinação, para muitas pessoas, costuma despertar uma variedade enorme de sentimentos, incluindo nervosismo e ansiedade. O medo de dor na aplicação da vacina, bem como a preocupação com agulhas, pode gerar resistência em boa parte do público, que acaba ficando mais temeroso quando o assunto é imunização. Atualmente, no entanto, a imunologia possui métodos cada vez mais avançados para amenizar esse desconforto e oferecer maior segurança e tranquilidade ao paciente na hora de se vacinar.

Para abordar essas inovações, o Mania de Saúde ouviu o médico pediatra e infectologista Dr. Charbell Miguel Haddad Kury, responsável-técnico pelo Vacina Plinio Bacelar. Segundo ele, o temor associado à imunização é bastante comum em nossa sociedade, a ponto de ser comprovado historicamente. “Apesar de as vacinas terem sido descobertas no século XVIII, ainda se trata de um gesto doloroso, já que muitos imunizantes exigem aplicação intramuscular, subcutânea, intradérmica. É necessário fazer uma aplicação parenteral, como se diz em medicina. E, geralmente, isso vem associado à dor”, afirma Dr. Charbell. “Esse é o motivo pelo qual a tripanofobia, que é o medo de agulhas, ocorre em até 25% da população. Esse medo, por sua vez, é arraigado em muitas pessoas desde a infância, já que somos expostos à vacinação desde bebês, gerando um desafio adicional no tocante à imunização”, acrescentou.

Para solucionar esse problema, o Vacina Plinio Bacelar tem implementado métodos inovadores, como revela Dr. Charbell. “Utilizamos várias ferramentas para tornar a vacinação mais confortável para nossos clientes. Uma delas é a mamanalgesia, que é o aleitamento do bebê no momento da aplicação de vacinas, ajudando a reduzir o desconforto sentido durante o procedimento. Uma outra abordagem inclui o emprego de dispositivos, como o Pikluc e a Abelhinha, que sensibilizam os nervos da região e diminuem a dor provocada pela agulha. Já no caso dos adolescentes, podemos lançar mão dos óculos de realidade virtual, incluindo músicas ou desenhos, que ajudam a relaxá-los ao longo desse processo”, conta Dr. Charbell.

Ele ressalta, no entanto, que os métodos disponíveis não se restringem ao aspecto lúdico. “Uma das questões mais interessantes na analgesia é o uso da vacinação simultânea. No Vacina Plinio Bacelar, empregamos bastante esse método, a ponto de nosso enfermeiro, Leonardo Cordeiro, ser hoje um dos maiores nomes da cidade, tanto em termos de vacinação simultânea, como também de vacinação ventroglútea. Trata-se de uma técnica de vacinação que você usa um músculo na região ventroglútea ao invés do dorso glúteo. Isso é muito interessante porque reduz a sensação de dor e minimiza a probabilidade de eventos adversos. Já no caso da vacinação simultânea, você não sente aquela ansiedade de uma próxima dose, enquanto vivencia a dor apenas uma vez”, relatou.

O enfermeiro Leonardo Cordeiro também ressalta o diferencial do método adotado pela clínica. “O principal benefício da vacinação ventroglútea é reduzir a dor no momento e após a aplicação, bem como diminuir os riscos de eventos adversos ou de atingir algum grande vaso sanguíneo do paciente, o que poderia causar uma lesão grave. Trata-se de uma região pouco vascularizada e isso facilita a aplicação da vacina. No entanto, poucos profissionais conhecem essa técnica, assim como os pacientes, que às vezes ficam receosos. Mas nosso papel é oferecer o melhor serviço possível e garantir conforto durante todo o processo de vacinação”, frisa Leonardo, que recentemente promoveu um treinamento para profissionais de saúde, capacitando-os para utilizarem a vacinação ventroglútea nos postos de saúde do município. Uma prova de que a imunologia está sempre se modernizando para melhor atender à população.