Ultrassonografia sem mistérios

UltrassonografiaA ultrassonografia é um exame utilizado por diferentes especialidades médicas, que permite identificar alterações no organismo, além de contribuir para a realização de vários tipos de procedimentos. Mas existe uma área onde essa tecnologia parece ganhar um protagonismo ainda maior, oferecendo suporte a uma ampla gama de diagnósticos e trazendo uma melhor qualidade de vida para os pacientes. Essa área é a ginecologia.

Para abordar o assunto, o Mania de Saúde ouviu a médica ginecologista e obstetra Dra. Alice Thomé, especialista em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia, Colposcopia e Infertilidade Conjugal/Reprodução Assistida. Segundo ela, o ultrassom ginecológico apresenta uma grande versatilidade de aplicação em diversas situações clínicas relacionadas à saúde da mulher, permitindo uma série de abordagem junto às pacientes.

“A ultrassonografia exerce um papel muito importante em vários segmentos na ginecologia. Nas mamas, por exemplo, ela auxilia no rastreio, diagnóstico e diferenciação de lesões císticas e nódulos sólidos. Para a pelve, pode ser utilizada tanto a via abdominal para as pacientes que ainda não iniciaram a vida sexual, como a via transvaginal, que tem uma maior acurácia. Na avaliação uterina, pode sugerir a presença de várias afecções, como miomas, pólipos, adenomiose e endometriose. Nos ovários, avalia cistos, folículos em crescimento e endometriomas. Isso sem falar na reprodução assistida, onde ela também traz uma série de benefícios, transcendendo a mera visualização anatômica da mulher”, conta a ginecologista.

Um exemplo, segundo ela, é a ultrassonografia transvaginal para controle de ovulação, que ilustra o avanço na área da fertilidade. “Esse exame consiste na realização de ultrassonografias seriadas, porém dentro de um mesmo ciclo menstrual, com o objetivo de detectar o dia exato da ovulação. A primeira ultrassonografia deve ser feita entre o 10º e o 12º dia após o início da menstruação, mas também pode ser realizada em outro período, a critério do médico. Muitas vezes é associada a tratamentos como indução da ovulação e o coito programado, e até inseminação intrauterina”, revela Dra. Alice.

Ela cita também a ultrassonografia transvaginal com contagem de folículos antrais (CFA), que é realizada no início do fluxo menstrual da paciente, entre o 2º e o 5º dia do ciclo. “Nesse contexto, são contabilizados os folículos entre 2 mm e 10 mm de diâmetro médio existentes em ambos os ovários. A contagem dos folículos antrais é um excelente indicador da reserva ovariana. Ao identificar a disponibilidade desses folículos em um ciclo menstrual, é possível estimar a quantidade de folículos nos ovários suscetíveis à estimulação ovariana”, destacou.

Ultrassonografia sem mistérios
A médica ginecologista e obstetra Dra. Alice Thomé

Já na gravidez, a ultrassonografia acaba demonstrando ainda mais versatilidade, sendo empregada em diferentes momentos da gestação. “A ultrassonografia cumpre um papel fundamental no acompanhamento da gestante, sendo realizada ao longo de todos os trimestres, desde o início, não apenas para o diagnóstico da gravidez, mas também para o diagnóstico de gravidez ectópica, para acompanhar o desenvolvimento do feto, além de permitir o exame morfológico, o eco fetal, etc. Ou seja: todas as avaliações são feitas através da ultrassonografia, que também possibilita a análise do colo uterino para investigação de um possível parto prematuro, sendo este outro grande diferencial do método”, informou.

A ultrassonografia, como se vê, é uma grande aliada das gestantes, possibilitando intervenções precoces em casos de eventuais problemas durante a gestação. Ao detectá-los precocemente, o ginecologista não apenas garante uma gestação mais tranquila, como também preserva a saúde da mãe e do bebê, fortalecendo os laços de confiança e cuidado ao longo desse percurso tão especial na vida da mulher.