Saiba tudo sobre os repelentes

Saiba tudo sobre os repelentesDengue eleva busca por produtos em farmácias

A principal orientação do Ministério da Saúde para evitar o contágio do vírus da dengue transmitido pelo Aedes aegypti é o uso tópico do repelente industrial. Alertando que nenhum deles é 100% eficaz. Ao contrário do que muitos pensam, os repelentes são substâncias que, aplicadas sobre a pele, roupas e superfície, não matam o mosquito e sim promovem um efeito de desencorajar a aproximação dos insetos. É o que nos explica a médica dermatologista Dra. Roberta Cesário.

Mania de Saúde – Qual a eficácia dos repelentes contra a dengue em comparação com outras medidas de prevenção?

Dra. Roberta Cesário – Eles atuam nos receptores de cheiro dos insetos, intimidando sua aproximação, uma vez que esses utilizam estímulos visuais, térmicos e olfatório para localizar o hospedeiro. Seu uso reduz o risco de transmissão de inúmeras doenças infecciosas como Zika, Chikungunya, febre amarela; e reações imunoalérgicas resultante da picada de artrópodes. Os repelentes químicos são os mais usados, porém o uso de forma inadequada muitas vezes não garante uma proteção eficaz, principalmente em áreas endêmicas. Entretanto, sendo o uso de repelentes um cuidado pessoal de prevenção da dengue, não podemos esquecer que o mais importante no combate ao mosquito é evitar que ele se prolifere. E, para isso, devemos evitar água acumulada, principalmente em pneus, copos de plástico, latinhas, tampinhas e garrafas, bem como verificar a vedação de caixas de água, manter o lixo ensacado e em lixeiras tampadas, não deixando acumular no quintal. É preciso manter as calhas limpas, água de piscinas cuidadas, deixar os agentes de saúde aplicarem produtos nos ralos e lugares de acúmulos de água. Tudo isso são medidas simples e práticas que salvam vidas.

Saiba tudo sobre os repelentes
A médica dermatologista Dra. Roberta Cesário

Mania de Saúde – Existem vários tipos de repelentes no mercado. Quais são os mais recomendados para proteção contra a dengue?

Dra. Roberta Cesário – Os principais compostos químicos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) são o dietil-m-toluamida (deet), icaridina, ir 3535. Esses diferem entre si pelo tempo de duração de sua proteção que, por sua vez, está diretamente relacionada à sua concentração nas formulações. O deet é o princípio ativo mais recorrente nos repelentes no Brasil. No entanto, a icaridina apresenta o dobro da sua eficácia no combate à transmissão da doença. Essa, quando presente em concentrações de 20-25%, protege em até 12 horas sem necessidade de reaplicação, enquanto a maioria dos repelentes com deet 15% protege até 9 horas após sua aplicação. Os repelentes naturais, como o óleo de citronela, são altamente voláteis e seu efeito costuma ser de curta duração, não garantindo proteção contra o Aedes aegypti e, por isso, devem ser evitados. No entanto, a indicação do repelente varia principalmente com a idade e sensibilidade da pele. Crianças e idosos, que apresentam a barreira cutânea mais delicada, são mais sensíveis aos alérgenos presentes nos repelentes e merecem um cuidado especial, assim como gestantes e mulheres em fase de lactação. Deve ser ressaltado que o aumento da concentração do princípio ativo não aumenta o poder e sim o tempo de proteção do repelente.

Dicas Importantes

– Leia todo o rótulo antes de aplicar o produto.
– Não recomendado uso em crianças até 6 meses de idade.
– Procure usar roupas leves e claras, pois roupas coloridas e escuras atraem os insetos.
– O suor atrai os insetos.
– Use quantidade suficiente para recobrir a pele.
– Utilizar o repelente em pele limpa e seca.
– Não utilizar em áreas com a pele irritada ou lesionada.
– Evite aplicar na região de mucosas (olhos, boca e genitais).
– Para uso na face, coloque primeiro o produto nas mãos e em seguida espalhe na face com cuidado.
– Caso haja contato com os olhos, lave abundantemente.
– Não reutilizar embalagens vazias.
– Manter o produto longe do alcance de crianças e não permitir sua autoaplicação.
– Não durma com repelente no corpo, lave-se antes.
– Práticas como natação e esportes com transpiração excessiva reduzem a proteção dos repelentes, devendo ser reaplicado após o término.
– Repelentes contendo citronela não devem ser usados em gestantes e lactantes.
– Se houver reação adversa, lave o local e procure um serviço médico. Leve a embalagem do produto.