(*) Sthevo Damaceno é jornalista e
editor do jornal Mania de Saúde.
sthevodamaceno@maniadesaude.com.br

Sthevo Damaceno

Memórias de uma década

(*) Sthevo Damaceno é jornalista e
editor do jornal Mania de Saúde.
sthevodamaceno@maniadesaude.com.br

Sthevo Damaceno
Memórias de uma décadaNos últimos dias, passaram-se muitos anos… foi engraçado receber o feedback de alguns leitores por conta desta frase, que abriu a crônica passada, referindo-se à passagem do tempo. Mas faz sentido: quem não tem a sensação de estar em descompasso com os dias que correm? Há algumas semanas, por exemplo, encontrei uma anotação datada de 2014, mas cujo aspecto recente me fez duvidar do tempo, como se a tivesse escrito ontem. Com isso, veio o choque: já se passaram dez anos? O curioso é lembrar que essa percepção, nos tempos de juventude, ganharia um sentido completamente diferente. Afinal, para o jovem, uma década parece uma eternidade, algo quase astronômico, gerando mil e uma conjecturas sobre a vida e sobre o que está por vir – mas basta amadurecer um pouco para ver como ela passa em um estalar de dedos. É só recordar: em 2014, assistíamos pela TV ao famigerado 7 a 1 contra a Alemanha (vendo uma seleção que baratinou em campo e parece estar lá até hoje), enquanto a Lava Jato corria solta pelas ruas, criando a famosa República de Curitiba. “Sabe de nada, inocente!”, diria um galhofeiro, sem saber que o meme também nasceu em 2014 – ou teria sido ontem? Bem, sei é que o Victor Heringer ainda estava vivo, publicando crônicas em um portal da internet, sem nem imaginar que elas formariam um volume hoje cultuado por uma infinidade de leitores, ajudando a incluir seu nome em nossa tão rica história literária. Mas foi também o ano da despedida de Manoel de Barros, João Ubaldo Ribeiro, Gabriel García Márquez e Ariano Suassuna – este último se notabilizando não só pelos livros, mas também por diversas palestras realizadas pelo Brasil e que logo viralizavam na internet, onde circulam até hoje. 2014 foi o ano do desafio do balde de gelo, da famosa “Selfie do Oscar”, que virou o símbolo perfeito da era dos influenciadores, além de a paquistanesa Malala Yousafzai ter se destacado ao receber o Prêmio Nobel da Paz, tornando-se conhecida em todo o globo terrestre. Acredita que esses acontecimentos, que parecem tão recentes, já completaram uma década? Pois é. Resta-nos agora imaginar o Brasil de 2034. Mas isso eu conto daqui a pouco…