Isso é labirintite?

labirintiteVocê já acordou de manhã e sentiu uma tontura fora do normal? Passou grande parte do dia com medo de sofrer uma queda? Pois é. Esse sintoma, muitas vezes assustador, pode ser um sinal de labirintopatia, que costuma afetar cerca de 30% da população em todo o mundo e geralmente é confundida com labirintite, como alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A entidade, porém, faz a distinção: a labirintopatia, para os não familiarizados, refere-se a uma gama de distúrbios que afetam o labirinto, uma parte vital do ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e pela audição. Esses distúrbios podem ser causados por uma variedade de fatores, incluindo problemas neurológicos, doenças crônicas, infecções, uso de medicamentos, entre outros. Já a labirintite é apenas um tipo de labirintopatia, caracterizando-se por uma inflamação avançada, que pode evoluir para um quadro grave e exigir a hospitalização do paciente.

 Dr. Vinícius Campos Coelho - O que é Labirintite
O médico Dr. Vinícius Campos Coelho

Para lidar com esse problema, de acordo com o Ministério da Saúde, é crucial o apoio do médico otorrinolaringologista, que é o especialista mais indicado para tratar as doenças do labirinto. Além de realizar a avaliação do quadro do paciente, o médico poderá requisitar exames adicionais, garantindo uma abordagem mais precisa para tratar essa condição.

A fim de abordar o assunto, o Mania de Saúde ouviu o médico Dr. Vinícius Campos Coelho, que integra a equipe médica da Clínica Santa Maria. Com formação de otorrinolaringologia pela PUC-RJ, ele revela como identificar e lidar com o problema. “Os sintomas mais comuns da labirintopatia, que é conhecida popularmente como ‘labirintite’, são tontura relacionada aos movimentos da cabeça e náuseas. O tratamento consiste em uso de medicação individualizada para cada caso e manobras de reposicionamento canalicular quando há indicação. Além disso, evitar os movimentos bruscos da cabeça e diminuir o consumo de cafeína costumam ajudar no controle dos sintomas”, afirma o especialista.

Ele comenta outras medidas que podem ser tomadas para evitar o problema. “Na maioria das labirintopatias temos gatilhos para início da crise, sendo os principais estresse, privação de sono ou sono não reparador, além de consumo exagerado de cafeína e outros estimulantes. Para os casos de cinetose (quando há tontura e náuseas relacionadas a andar de barco, carro, ônibus…) orientamos a nunca mexer no celular ou ler durante o trajeto, mantendo o olhar fixo na pista”, frisou Dr. Vinícius.

Outra orientação importante, destacada pelo próprio Ministério da Saúde, é evitar tratamentos alternativos sem supervisão médica. Embora os remédios caseiros possam sugerir alívio para alguns pacientes, é crucial ressaltar que eles não devem ser vistos como substitutos para o tratamento recomendado pelo médico otorrinolaringologista. Em vez disso, devem ser integrados como parte de um plano de cuidados abrangente, sempre sob a supervisão e orientação do especialista, a fim de resguardar a saúde do indivíduo.