Carta aberta às mães… (de adolescentes)

Andréa Muniz

Publisher, empresária da comunicação, jornalista, engenheira de produção. Com experiência de 25 anos à frente do Mania de Saúde.
Papo com os MÉDICOS!
Carta aberta às mães... (de adolescentes)
Essa mocinha de cabelos azuis é a Sophya. Com a adolescência, os maiores desafi os aqui em casa hoje (sim, hoje, porque amanhã tudo pode mudar), são: moda, sono, organização e rotina. E por aí?

“Quem está passando por essa fase nesse momento? Minha solidariedade incondicional a você, mãe de adolescente!
Simplesmente acordamos com um ser estranho em nossas casas…” – Andréa Muniz

Já tinha ouvido relatos sobre a fase da adolescência, mas confesso que vivenciá-la parece ser mais difícil do que apenas ouvir outras mães falarem de suas experiências.

Para falar a verdade, sempre reflito sobre o que colho na educação da minha Sophya, sobrinha de 12 anos, completos no mês passado, que eu crio. Tento analisar o que eu ensino, o que exemplifico e o que colho, além, é claro, de buscar informações e ajuda com profissionais da área da educação e outras mães, mas parece que não há receita que nos ensine, a gente aprende vivenciando cada fase, não é mesmo?

A sensação é como embarcar numa jornada cheia de descobertas e desafios, é como estar numa montanha-russa de emoções, onde os altos e baixos são intensos e frequentes, indo de risos a choros quase que no mesmo instante. Ao mesmo tempo em que somos preenchidas com orgulho ao ver nossos filhos crescerem e se tornarem independentes, também enfrentamos momentos de preocupação e incerteza.

São muitas mudanças tanto físicas como emocionais; é testemunhar a transformação de uma criança curiosa e inocente em uma jovem cheia de questionamentos e opiniões próprias. É aprender a equilibrar entre dar liberdade e impor limites, entre ser amiga e ser guia, confesso que uso da empatia também, tento lembrar de como eu me sentia diante de algumas questões, como, por exemplo: ir a lugares que eu não queria, visitar parentes…, comer algo e, principalmente, emprestar alguma coisa que eu não queria. Tento, na medida do possível, enxergar minha adolescente como um ser humano que tem vontades próprias, mesmo que me sinta tentada, muitas vezes, a fazer valer a minha vontade. Afinal, logo na minha vez essa tal consciência não me deixa em paz… rsrsrsr.

Por mais que tenhamos sido criados com amor, pelo menos as gerações mais antigas, sem adentrar em décadas…sabe do que estou falando.

Os pais decidiam pela gente sem perguntar nossas opiniões, pelo menos eu tratei isso com a minha psicóloga. E, pasmem! Agora, sentindo na pele o que é criar um adolescente, percebo que a pequena Sophya também terá as questões dela para resolver com a psicologia no futuro e tudo bem. Confesso que julguei algumas amigas quando elas falavam isso e achava um absurdo elas falarem já antevendo os traumas que possivelmente estavam causando em suas crianças e adolescentes… Só sabe quem passa!

Até já perdoei a minha mãe e cheguei a sentir remorso pelas minhas artes de adolescente… (o que não vem ao caso no momento…)

Onde quero chegar é que, como pais, educadores, precisamos aprimorar nossas habilidades de comunicação, pois a co municação se torna essencial para manter um vínculo forte e saudável com nossos filhos. Devemos estar dispostos a ouvir sem julgar, a oferecer conselhos sem impor, a entender sem presumir. É uma dança delicada entre estar presente o suficiente para oferecer apoio e espaço o bastante para permitir que nossos filhos cresçam e aprendam com seus próprios erros.

Ser mãe de um adolescente também nos obriga a confrontar nossos próprios medos e inseguranças. É uma época em que somos confrontadas com nossas próprias limitações e imperfeições, e somos desafiadas a crescer junto com nossos filhos. Precisamos aprender a ser flexíveis e adaptáveis, a reconhecer quando é hora de intervir e quando é hora de recuar.