Você conhece a PEP?

Você conhece a PEP?Você já reparou como muitas das doenças que hoje são tratáveis já foram consideradas verdadeiras sentenças de morte para grande parte da população? Pois é. Ao longo da história, casos de tuberculose, hepatite C, diabetes, entre muitas outras doenças, representavam uma ameaça direta à saúde das pessoas. Mas, nas últimas décadas, o avanço da medicina conseguiu transformar esse cenário, trazendo sobrevida aos mais diversos tipos de pacientes.

É o caso, por exemplo, das pessoas que convivem com o vírus do HIV. Além dos fármacos disponíveis apresentarem pouquíssimos efeitos adversos e oferecerem grande eficácia no tratamento desses pacientes, hoje existem também diferentes formas de se prevenir contra o HIV, como a PrEP e a PEP, que modificaram por completo o enfrentamento à doença.

Quem nos fala sobre o assunto é o médico infectologista Dr. Marcus Vinícius M. Miranda. “A PrEP, ou Profilaxia Pré-Exposição, consiste no uso de medicamentos antirretrovirais antes da relação sexual, permitindo ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. Já a PEP, ou Profilaxia Pós-Exposição, envolve o uso de medicamentos após uma possível exposição ao HIV, em situações como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de preservativo ou com falha do mesmo), além de acidente ocupacional com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico. Mas é importante ressaltar que, apesar de serem soluções modernas e bastante avançadas, ambas requerem cuidados específicos para cada paciente. O acompanhamento médico é fundamental para realizar esse tipo de prevenção”, afirma Dr. Marcus Vinícius.

Esse alerta se torna ainda mais relevante para aqueles que buscam pela PEP, visto que ela é frequentemente requerida em situações de emergência. Segundo o Ministério da Saúde, por exemplo, o número de dispensações de PEP passou de 25.465 em 2012 para 147.991 em 2021, um aumento de 481% (ainda que, em 2020, em razão da pandemia de covid-19, tenham sido realizadas menos dispensações do que em 2019).

“A PEP é, de fato, um avanço muito significativo, pois visa prevenir a infecção pelo HIV após a exposição, reduzindo as chances de multiplicação do vírus no organismo. Na PEP, os medicamentos antirretrovirais devem ser tomados durante 28 dias, sem interrupção, mas sempre com orientação médica. O tratamento deve ser iniciado, preferencialmente, nas primeiras duas horas após a exposição de risco e no máximo 72 horas, conforme preconiza o Ministério da Saúde”, alerta Dr. Marcus Vinícius. “Embora seja bem tolerada, a Profilaxia Pós-Exposição pode ocasionalmente desencadear efeitos adversos em algumas pessoas. Daí a importância do devido acompanhamento médico, que vai prestar toda a orientação necessária para o uso correto do medicamento”, acrescentou.

Você conhece a PEP?
O médico infectologista Dr. Marcus Vinícius M. Miranda

Mas atenção! Apesar de ser um avanço significativo contra o HIV, a PEP não é recomendada para todos os indivíduos e não deve ser utilizada em qualquer circunstância. “A Profilaxia Pós-Exposição não substitui o uso do preservativo e não é aconselhável em exposições repetidas. Isso porque os efeitos colaterais do uso repetitivo em pessoas HIV negativas ainda são desconhecidos pela ciência. Da mesma forma, indivíduos que se expõem ao risco com frequência podem ter sido infectados pelo HIV em alguma dessas exposições e requerem uma avaliação médica cuidadosa, incluindo exames clínicos e laboratoriais; estando inclusive com critérios diagnósticos de doença, o que muda o olhar do médico diante da situação. Vale ressaltar que, para essas pessoas, também há o oferecimento de PrEP”, finaliza Dr. Marcus Vinícius.

Se você se encaixa nessa categoria, não hesite: consulte o médico imediatamente e se cuide!