Livre-se da atrofia vaginal!

Livre-se da atrofia vaginal!Desde a adolescência até a maturidade, o corpo feminino vive uma série de transformações, exigindo da mulher um cuidado redobrado com a saúde. O que começa com a chegada da menstruação, por exemplo, logo evolui para a descoberta da sexualidade, trazendo novos contextos de vida para as mulheres em geral. E, com o passar dos anos, chega o período do climatério e da menopausa, que apresentam uma série de condições físicas muitas vezes subestimadas por grande parte do público feminino. É o caso da atrofia vaginal, que costuma acometer cerca de 40% das mulheres na pós-menopausa.

Para aprender a lidar com essa condição, tão prevalente no universo feminino, recorremos à expertise da médica ginecologista e obstetra Dra. Jane Carla Viana Neves Silva, que descreve como esse fenômeno ocorre. “Durante o período de climatério e menopausa, as mulheres apresentam alterações no tecido vulvar e vaginal devido ao hipoestrogênismo, que modifica essas estruturas. Além disso, é importante destacar as alterações próprias do envelhecimento, como a redução de colágeno e elastina, formando um conjunto conhecido como atrofia vulvovaginal. Existem ainda algumas situações específicas, como menopausa cirúrgica com retirada dos ovários, medicações hipoestrogênicas no tratamento do câncer de mama, de miomas, endometriose, radioterapia e quimioterapia, que danificam o tecido ovariano ou o epitélio e a vascularização vaginal além de temporariamente ocorrer no período de pós-parto e lactação. Os tecidos vulvar e vaginal apresentam-se mais finos, empalidecidos, com redução do pregueamento e da elasticidade das paredes vaginais, e ainda, da alteração da microbiota local, gerando corrimentos frequentes”, relatou a médica.

As manifestações clínicas, segundo ela, são diversificadas. “Vários são os sintomas pós-menopausa em que utilizamos o termo síndrome genitourinária, que são: sintomas genitais como ressecamento da vagina e vestíbulo vulvar, queimação, ardor e irritação vulvovaginal; sintomas sexuais como ausência de lubrificação, com dor e desconforto acompanhado da diminuição da atividade sexual; e sintomas urinários como urgência ao urinar, aumento da frequência e dor urinária, infecções urinárias recorrentes”, afirma Dra. Jane Carla.

Ela explica como é feito o tratamento. “O uso de hormônios vaginais a base de estradiol ou promestrieno seria a primeira linha de escolha com utilização de uma ou duas vezes por semana e muitas mulheres acabam abandonando o tratamento. É importante destacar que pesquisas apontam uma taxa de falha de aproximadamente 30% na terapia de reposição hormonal sistêmica para o tratamento genital. Além disso, para aquelas mulheres que não podem fazer uso de hormônios, existem alternativas, como os hidratantes vaginais a base de hialuronato de sódio, ácido poliacrílico, policarbofila e outros, com uso duas vezes por semana, o que também elas acabam não seguindo corretamente”, alertou.

Livre-se da atrofia vaginal!
A médica ginecologista e obstetra Dra. Jane Carla Viana Neves Silva

As opções, contudo, não terminam aí. “Hoje existem as tecnologias ablativas ou microablativas, sejam elas fracionadas ou não fracionadas, como o Laser ou FRAXX, que apoiam nesta terapêutica reduzindo em muito a utilização dos cremes vaginais ao estimular proteínas com calor térmico, permitindo uma neocolagenese, neoelastogenese, com melhora do trofismo dos tecidos genitais de maneira prolongada”, conta Dra. Jane Carla. “As mulheres não têm como ficar livres da atrofia vulvovaginal por ser natural e hoje várias são as formas de conduzi-las. É sempre bom procurar o ginecologista, pois o bem-estar feminino é prioridade, para viver a longevidade com qualidade e satisfação”.