Qual vacina seu filho deve tomar no verão?

Qual vacina seu filho deve tomar no verão?
O médico pediatra e infectologista Dr. Charbell Miguel Haddad Kury

Tradicionalmente, o mês de janeiro costuma ser um período de descanso para muitas famílias, que aproveitam as férias escolares para curtir uma praia ou visitar outros pontos turísticos pelo país. Mas é importante lembrar que, mesmo durante os momentos de diversão, a saúde dos pequenos não pode ser deixada de lado. Afinal, o início do ano é uma época propícia a diversas doenças, exigindo um cuidado maior dos pais e cuidadores quanto ao calendário vacinal das crianças.

Para abordar o tema, o Mania de Saúde foi ao Vacina Plinio Bacelar e conversou com o médico pediatra e infectologista Dr. Charbell Miguel Haddad Kury. Responsável-técnico pelo serviço, ele ressalta a necessidade de observar o calendário vacinal também nesta época do ano. “Durante o período de verão, é importante estar atento a várias doenças, a começar pela dengue, tendo em vista que 2023 foi um ano bastante epidêmico no município, com mais de 3 mil casos da doença e três óbitos confirmados. O ano de 2024, portanto, traz uma grande preocupação quanto a surtos e epidemias de dengue na cidade. Sendo assim, a vacina mais importante para esse período é a Qdenga, uma vacina nova, lançada pelo laboratório Takeda, que garante 90% de proteção para hospitalizações e 80% de eficácia na prevenção de qualquer tipo de dengue”, informou Dr. Charbell.

Ele explica que, nesta época do ano, também ocorrem surtos de catapora (varicela), a exemplo de outros municípios, devido à baixa cobertura vacinal. “Ciente disso, o Vacina Plinio Bacelar trouxe a Vacina Tetraviral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora, em apenas uma injeção, dando mais conforto, reduzindo eventos adversos e facilitando a adesão do paciente, sendo ministrada em duas doses, com um intervalo mínimo de três meses”, afirma Dr. Charbell, lembrando ainda o caso do rotavírus, que é mais comum no inverno, mas ocorre o ano inteiro, atingindo principalmente crianças menores de 5 anos, causando vômito, diarreia, febre alta e desidratação. “Hoje o imunizante disponível no Vacina Plinio Bacelar protege contra cinco genótipos do rotavírus, enquanto a vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra apenas um genótipo. O esquema de imunização particular inclui doses aos dois, quatro e seis meses, conferindo uma proteção mais ampla e robusta aos bebês”, disse.

Estar vigilante em relação ao calendário sazonal, entretanto, nem sempre é suficiente para assegurar a devida proteção das crianças. É importante também evitar alguns equívocos comuns nesse processo. “Um dos principais erros que a gente observa quanto ao calendário vacinal diz respeito à preocupação de pais e responsáveis quanto à possibilidade de eventos adversos, podendo atrasar a vacinação. Porém existem vacinas para as quais não podemos adiar as datas, sob risco de perder a janela adequada para administração. A vacina contra o rotavírus, por exemplo, tem um limite de três meses e quinze dias. É necessário, portanto, respeitar os prazos estabelecidos pelas autoridades para garantir a eficácia da vacinação”, alerta Dr. Charbell.

Outro equívoco frequente, segundo ele, diz respeito aos bebês prematuros. “É muito comum pais e cuidadores utilizarem a idade corrigida no momento da vacinação. Mas é importante que se adote a idade cronológica, ou seja, a idade real da criança em meses e dias, independentemente de quão prematura ela tenha nascido. Outro erro comum envolve a questão do intercâmbio. Muitas vezes, os pacientes iniciam um esquema vacinal particular e, por motivos financeiros ou pessoais, optam por continuar no SUS. Mas é importante compreender que essa abordagem é arriscada para algumas vacinas, especialmente aquelas destinadas à prevenção de pneumonia e rotavírus. Estas não são vacinas intercambiáveis. É preciso ter muito cuidado com isso. A decisão sobre como proceder deve ser sempre orientada pelo médico, respeitando as características de cada vacina e as necessidades específicas de cada criança”.