CUIDADO com os Remédios Falsos

Remédios FalsosMédico alerta para os perigos dos “milagres” prometidos nas redes

Ninguém hoje compra um carro sem conhecer os detalhes do seu consumo, desempenho, durabilidade, custos de manutenção e até valor de revenda, não é mesmo? Da mesma forma, não se compra uma peça de vestuário sem conhecer a marca ou ter a garantia de que poderá ser feita uma troca caso seja necessário.

Isso comprova que a era da informação, de fato, mudou nossa realidade de consumo. Além de permitir o acesso a uma série de sites, a tecnologia hoje nos ajuda a conferir manuais de funcionamento, certificados de garantia, opiniões de outros usuários, além de estabelecer a faixa de preço mais confiável, resultando em um melhor poder de escolha por parte do cidadão.
Sendo assim, por que tantas pessoas se comportam de forma diferente quando o investimento está relacionado àquele que é o seu maior bem: a sua saúde? Por que subestimar o nosso maior patrimônio, sem o qual não conseguiríamos atingir nenhuma outra realização em nossas vidas?

Remédios Falsos
O médico e professor Dr. Cláudio Cola

Esse é um dos questionamentos feitos pelo médico e professor Dr. Cláudio Cola, que traz uma reflexão importante sobre nosso comportamento em relação à saúde. “Por que se acredita tão facilmente nos chamados ‘produtos naturais’ que são anunciados e vendidos em programas de TV, oferecendo descontos incríveis para os primeiros que ligarem e anunciados por diversos tipos de profissionais que nada têm a ver com a área de saúde, mas emprestam a sua imagem midiática de apresentadores, cantores, pastores, padres e até jogadores de futebol para ‘garantir’ os efeitos do produto e te convencer a comprá-lo? Por que é tão grande a movimentação financeira e o lucro envolvido em compras de suprimentos também ditos ‘naturais’ e até medicamentos em sites de internet, onde absolutamente nada é informado sobre quem fabrica, quem envasa e, sobretudo, quem fiscaliza esses produtos? Por que ainda há quem pague por pacotes de tratamentos, em clínicas ditas especializadas, que incluem o uso de medicações onde a fórmula não está indicada no rótulo, sem haver nenhuma indicação de que fármacos foram ali utilizados e em que dose? Por que, ainda hoje, com tanto acesso à informação, ainda há aqueles que acreditam em propagandas que anunciam falácias como perda de peso rápido, ganho quase imediato de massa muscular, rejuvenescimento de pele, recuperação da memória e até a cura do câncer, a partir de medicações sobre as quais não se têm a menor garantia e conhecimento? Esses questionamentos se fazem necessários porque, assim como hoje a informação é facilitada, a exposição a esses produtos piratas e criminosos também é. A partir disto, avolumam-se as notícias de pessoas mutiladas, sequeladas e até casos de morte, comprovadamente relacionados ao uso de produtos adquiridos desta forma”, ressalta o médico. “É importante lembrar que não são apenas os profissionais sérios e éticos que veiculam informações sobre o seu trabalho na internet. Os criminosos também o fazem, e o acesso é livre a todos, já que a internet não filtra nada. Assim como existem profissionais de saúde e farmácias especializadas que prescrevem, produzem, comercializam medicações seguindo todos os critérios éticos, científicos e legais, você também tem acesso a quadrilhas que mentem sobre resultados, forjam prescrições e até falsificam medicações. Diante disso, só nos resta a pergunta: por que confiar?”.