EXCLUSION

A Professora Karla Barcelos tem 27 anos de experiência
na área, tendo trabalhado em diversos cursos e
desenvolvido o KeyWay Cursos.

A professora é conveniada do Núcleo de Apoio e Promoção do Bem-Estar (NAPBEM), do Instituto Federal Fluminense (IFF)
Karla Barcelos
ExclusionPara falar de exclusão, temos primeiro que falar de escolha. Você já parou para pensar que a escolha é a não escolha de outras coisas? É interessante quando pensamos sobre o prisma da exclusão, pois a própria palavra traz uma conotação negativa, mas se ao mesmo tempo que excluir (parece ruim), escolher (parece bom), como pode ser ruim? Pense comigo! Tenho 3 vestidos, um amarelo, um azul com bolinhas brancas e outro preto. Para ir na pracinha com minha filha andar de bicicleta, qual vestido acha que eu escolho? Essa pergunta pode parecer óbvia para uns, e absurda para outros, pois este segundo grupo diria “a escolha é particular, pode usar o que quiser”, enquanto para o primeiro, o óbvio seria “certamente não é o preto”. E aí? Veja que o ponto central da resposta é o critério que usarei para escolher, eu não falei que o vestido amarelo é de veludo e mangas compridas, que o azul é de bordados em pérolas e brilhos e que o preto é de alcinhas de um tecido bem leve, portanto os dois grupos estariam errados. Bem, não é coerente que respondamos a qualquer pergunta sobre qualquer assunto, sem que tenhamos informações suficientes sobre o mesmo. Ao escolher um, não basta saber o porquê escolher este, mas também é importante saber por que não os demais. Ao escolher Inglês, a pessoa não se dá conta que está excluindo os demais idiomas, ela pode ter matado uma possibilidade de ser bem sucedido em aprender outros, mas ao fracassar no primeiro, nenhum outro é aventado como futura tentativa. Assim fazemos na vida em todos os aspectos. Pense no café da manhã: porque não a torrada, mas o pão? Ou na vida: por que não estudar, mas falar o que não se estuda? Ou na mente, por que não tentar de novo, mas aceitar o fracasso? Ou na alma: porque não a conhecer, mas ignorá-la? Ao escolher, pense no que está excluindo: ao escolher o vício, está excluindo a virtude; ao escolher a preguiça, está excluindo a realização; ao escolher a inércia, está excluindo o avanço; ao escolher a segurança, está excluindo a liberdade; ao escolher o corpo, está excluindo a alma; ao escolher a sensação, está excluindo a realidade; ao escolher “qualquer” emprego, está excluindo a vocação; ao escolher a utopia, está excluindo o tangível. A lista é interminável. Pense bem antes de escolher, pois corre o sério risco de estar excluindo a si mesmo!